
O Diário da República do último dia do ano de 2018 publica uma portaria assinada pela Secretária de Estado da Saúde, Raquel Melo, em que reinstitucionaliza o regime de comparticipação do Estado no preço dos tratamentos termais prescritos nos Cuidados de Saúde Primários do Serviço Nacional de Saúde, rompendo com mais uma decisão errada da troika que esteve em Portugal a partir de 2011.
Muitos países em que são utilizados normalmente os tratamentos termais, dando continuidade a uma tradição de quando não existia a grande variedade de tratamentos químicos, demonstraram cientificamente que aquela utilização apoiada monetariamente pelo Estados, não tem custos para o erário público, pois o retorno fiscal nos consumos que lhes estão adstritos ultrapassa bem o seu custo.
Daí que se tenha mostrado errada a decisão da troika, seguida pelo governo de então, com os graves prejuízos que teve para as termas portuguesas, substituindo tratamentos naturais e economicamente sustentáveis, por produtos farmacêuticos na sua maioria de importação, e com efeitos por vezes secundários na vida dos pacientes.
Ainda para mais prejudicou as economias locais, geralmente ligadas a pequenos núcleos urbanos do interior do país, tendo com excepção as termas caldenses que se situam na área da Grande Lisboa, destruindo emprego e inviabilizando economicamente uma parte considerável daqueles centros termais.
A medida que agora se anuncia no projecto-piloto, na despedida do ano de 2018, apesar de ter um custo mínimo nas contas públicas de 600 mil euros, poderá significar a viabilização económica de muitas termas portuguesas com o incremento que possa vir a dar-lhe.
Espera-se que os médicos de família, em cuja formação foi abandona esta dimensão, e a quem cabe receitá-las, não levantem pseudo-objeções científicas, que minimizem os efeitos do termalismo, cuja demonstração é universal e especialmente nos países mais desenvolvidos cientificamente.
Zé Povinho felicita a secretária de Estado, Raquel Melo, que assina a portaria, incentivando-a a aprofundar esta matéria, sabendo que à partida não será esta simples medida financeira, que dará ao sector um novo fôlego numa área em que Portugal pode dar cartas a nível internacional e servir melhor os portugueses. Espera igualmente que esta medida sirva de motor ao arranque imediato à muito esperado das termas das Caldas da Rainha.

Neste início de 2019 Zé Povinho olha pensativamente para uma das tragédias mais desvalorizadas pelos portugueses, mas que provocam anualmente centenas de mortos e milhares de feridos, que são os acidentes rodoviários.
Na recente ponte do Natal ocorreram mais de um milhar de acidentes em 6 dias, com 15 vítimas mortais e 29 feridos com gravidade, tendo havido dois dias com 5 vítimas mortais.
Por seu lado, a morte de peões teve nos primeiros nove meses de 2018, face ao período homólogo anterior, um aumento de 32%, passando de 57 para 75 vítimas mortais, o que mostra o agravamento de uma situação que não era de todo expectável, com as medidas tomadas para o trânsito seguro nas vias urbanas.
Este ano os mortos na estrada em Portugal já ultrapassam o meio milhar, rondando o número do ano transacto, não obedecendo aos objetivos formulados de diminuição progressiva do número de acidentes e vítimas no país, facto que deixa Portugal com uma imagem criticável no conjunto europeu.
Segundo os responsáveis rodoviários a maioria dos acidentes resulta de imprevidência, excesso de velocidade e de álcool ou de outras substâncias aditivas nos condutores, bem como de uso indevido do telemóvel ao volante, além de acidentes provocados pelo deficiente estado de algumas das vias rodoviárias secundárias, em alguns casos.
Zé Povinho ao escolher criticamente este tema, entende que, tanto os condutores, como os acidentados, algumas vezes (demasiadas) também responsáveis pelas ocorrências, merecem uma chamada de atenção para terem uma atitude defensiva e proactiva na estrada.
Não é possível aceitar este estado de coisas nas estradas portuguesas pelo que esta chamada de atenção é feita com um voto sincero que esta situação em 2019 se inverta drasticamente, para que o rol de acidentes terceiro-mundista não se mantenha em Portugal.