A semana do Zé Povinho

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Apesar da Associação de Municípios do Oeste, hoje OesteCIM, já ter sido criada há 32 anos, não é habitual assistir-se a uma acção concertada dos municípios onde existem unidades hospitalares para reivindicar de forma categórica uma solução hospitalar para a região.
A iniciativa partiu das comissões de saúde das assembleias municipais de Torres Vedras, Peniche e Caldas da Rainha, que estudaram o problema da saúde na região e puseram-se de acordo em relação à estratégia a seguir para que o Oeste passe a dispor definitivamente de instalações à altura.
Enquanto que em todo o país se anunciam grandes investimentos para novas estruturas hospitalares, em Portugal o poder central utiliza as desinteligências locais para adiar os investimentos no Oeste, limitando-se a realizar obras mínimas para deixar quase tudo como antes.
Conseguir um hospital para a região só é possível se se passar da fase do protesto anónimo e disperso para uma acção estratégica que pode dar frutos, e chegar a resultados, ainda para mais quando se trata de uma região com peso na economia portuguesa e com uma população de cerca de 300 mil habitantes. Estão de parabéns as comissões de saúde e os presidentes das assembleias, Lalanda Ribeiro, José Augusto Carvalho e Américo Gonçalves, que tomaram em mãos a continuidade de uma luta que só assim poderá ter um sucesso maior.
Quem não luta e se limita a esperar, provavelmente ficará à espera toda a vida, razão pela qual devem os oestinos associar-se a estas reivindicações, a fim de que, a prazo, a saúde no Oeste possa ser muito diferente do que é hoje.

Viver sete anos confinado a um espaço de alguns metros quadrados, com medo de ser preso por ter entrado nos segredos de inúmeros países e entidades militares, é um castigo que não se deseja a ninguém.
Mas agora, com a perda da imunidade diplomática que lhe era dada pela Embaixada do Equador em Londres, e a consequente prisão pelas autoridades policiais londrinas, Julian Assange está muito pior devido à possibilidade de ser extraditado para os Estados Unidos onde pode ser condenado a penas muito mais pesadas.
Pesa-se a acusação de ter divulgado em 2010, através da plataforma WikiLeaks, quase 100 mil documentos confidenciais que destapavam ações militares dos EUA no Afeganistão e 400 mil da guerra do Iraque.
Por muito bom que tenha sido para a luta pela Liberdade de Imprensa, a sua acção viria a ser muito controversa, pelo facto de ter objectivamente prejudicado a campanha de Hillary Clinton, dando apoio velado à eleição de Donald Trump, que nada tem de defensor dos direitos pelos quais se bate, e recebendo depois o apoio de Putin.
Mas isto tudo não iliba o Presidente do Equador, Lenín Moreno, que quando a Wikileaks começou a pisar os seus calos, imediatamente o entregou às autoridades inglesas marimbando-se para os direitos dos asilados de protecção e acusando-o de ter criado na embaixada um “centro de espionagem”.
Zé Povinho espera para ver o desfecho, mas lamenta desde já esta atitude do Presidente Moreno, que em nada favorece a Liberdade de Imprensa e mostra como, por razões de política interna, este não teve pejo em deixar cair alguém a quem antes dera asilo.

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