A oficina de marcenaria de André Santos

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O jovem de 22 anos trabalha diariamente na sua oficina de marcenaria e embutidos

Jovem, residente nas Gaeiras, tem o seu primeiro espaço de trabalho numa das salas do Convento de S. Miguel

Uma das salas do piso térreo do Convento de S. Miguel dá agora lugar a uma oficina de marcenaria. Trata-se da primeira experiência profissional de André Santos, um jovem de 22 anos, natural das Caldas da Rainha e residente nas Gaeiras, que tirou o curso artesão das artes e ofícios em madeira – marceneiro embutidor, na Fundação Ricardo Espírito Santo e Silva, em Lisboa.
Enquanto trabalha no restauro de um pequeno banco de madeira, André Santos explica à Gazeta das Caldas que, depois de procurar trabalho em oficinas na zona de Lisboa, sem sucesso, decidiu voltar à terra natal e aventurar-se por conta própria. Teve conhecimento da possibilidade de trabalhar no Convento de S. Miguel e aceitou “imediatamente”, transferindo todo o seu material da garagem dos pais, que era exígua. “Aqui encontrei as condições que me permitem trabalhar, tem luz e bastante espaço”, disse o jovem, que ali trabalha há cerca de duas semanas.
Na sua opinião a possibilidade de existência de oficinas para jovens como ele em início de carreira é “espetacular” e permite ao edifício ter um uso continuado, evitando a sua degradação.
O jovem marceneiro gosta particularmente de trabalhar em embutidos e o seu objetivo futuro é o de fazer quadros de alguma dimensão com embutidos geométricos. No entanto, também restaura peças de madeira e cria obras originais ou a pedido do cliente. O uso da madeira é uma paixão antiga de André Santos, que desde sempre a usou para improvisar as rampas que utilizava para as manobras de skate.
A oficina de marcenaria está aberta ao público entre as 10 e as 18h00, de segunda a sexta feira. Durante o periodo em que decorre a Grande Exposição de Presépios, André Santos irá também dinamizar workshops de madeira para as crianças. Juntamente com a oficina de madeiras irá decorrer uma outra de cerâmica, dinamizada por Filipe Faleiro, que tem o objetivo de também instalar o seu atelier de cerâmica no convento.
Estes ateliers despertaram o interesse das escolas. Até 20 de dezembro, e coincidindo com as férias escolares, contam ter a presença de 480 meninos a participar nas duas oficinas.
A Junta de Freguesia das Gaeiras está a desenvolver as diligências para que as oficinas ali possam funcionar em permanência, dando também uso ao espaço, que estava fechado. Existem seis jovens interessados nos espaços para dar início à sua atividade, em áreas como a cerâmica, moda e joalharia. ■