A Câmara das Caldas tem previstas várias medidas para o controle e redução do número de pombos, e agora também de gaivotas, que existem na cidade. Há dias em que se encontram bandos destas aves, potenciando problemas de saúde, mas também causando transtornos devido à elevada quantidade de fezes, que são ácido-corrosivas e provocam danos em equipamentos, veículos e até na roupa que está nos estendais.
A autarquia caldense alterou o código de posturas municipal, que agora penaliza a alimentação de “animais errantes” na via pública. Quer isto dizer que as pessoas estão proibidas de alimentar pombos, gaivotas, gatos, cães ou outros animais que vagueiam pela cidade. Também vai solicitar à PSP apoio na fiscalização dessa medida e tem prevista criar uma equipa municipal de fiscalização, que dará resposta também a potenciais denúncias.
Esta é uma das medidas implementadas para o controle e redução, a médio prazo, do número de pombos que existe na cidade.
Está também prevista a colocação de placards de informação acerca dos perigos da população excessiva de pombos na cidade, com ênfase nos potenciais problemas para a saúde pública e animais de estimação. Outra das medidas será a realização de acções de sensibilização, com informação acerca dos perigos dos pombos para a saúde pública e no incentivo à limpeza de algerozes e caleiras, acondicionamento correcto do lixo e vedação de possíveis locais de nidificação em estruturas privadas.
Está a ser avaliada a possibilidade de criação de um pombal contraceptivo na periferia da cidade, onde serão colocados os pombos capturados nas zonas mais afectadas pela sobrepopulação. Nesse pombal seriam alimentados com milho contraceptivo evitando assim que se reproduzam.
A criação de um projecto piloto de um pombal contraceptivo foi uma proposta apresentada pelo PS na Assembleia Municipal em Junho de 2017 e aprovada por maioria, mas ainda não aplicada. Jaime Neto, deputado municipal na altura (agora vereador), explicou que a implementação de pombais contraceptivos como instrumento de controlo da população de pombos tem-se revelado eficaz em cidades como Paris, Aachen e Amesterdão. Defendeu ainda que este projecto poderá sensibilizar as populações para este problema e recomendou à Câmara que envolva, em parcerias, as associações de protecção dos animais, sociedades columbófilas e escolas da cidade.
Entre o rol de medidas preconizadas para controlar a população de pombos está também a captura em pontos da cidade que estão referenciados como dos mais afectados pela sobrepopulação daquelas aves. Alguns desses casos são a rotunda do Hotel Cristal, os prédios devolutos da Rua do Funchal, a Praceta José Filipe Neto Rebelo, a Rua Dr. Carlos Manuel Saudade e Silva, e o Bairro da Ponte junto ao edifício dos Pimpões.
As aves capturadas deverão ir para o pombal contraceptivo. “A medida permitirá a diminuição de pombos no centro da cidade, instalando-os em locais onde disponham de alimento e água e, ao mesmo tempo, controlar o ciclo de reprodução”, explica fonte da autarquia.
Está ainda em análise o recurso a predadores, como falcões, em zonas de pouso, de modo a afugentar os pombos, bem como a desactivação dos repuxos nas horas de maior actividade das aves.
A Câmara pondera ainda a colocação de espigões para a interdição das aves aos locais de nidificação nos edifícios mais afectados. Uma medida que afasta as aves, mas que não constitui risco para a sua integridade física, garante a autarquia.
A aplicação destes métodos serão monitorizados e avaliados, no sentido de “confirmar resultados ou da necessidade de ajustes na estratégia que, habitualmente, apresenta resultados mais robustos ao fim de dois anos da sua aplicação”, explica a mesma fonte.
A autarquia reconhece que a população e taxas de reprodução de pombos nas cidades está a aumentar e a autarquia das Caldas vê o controlo desta situação como um “enorme desafio”.
Sensibilizar as pessoas é o primeiro passo
Também a União de Freguesia de Nossa Senhora do Pópulo, Coto e S. Gregório já fez o levantamento de várias soluções e custos para resolver o problema do excesso de pombos que apresentou na Câmara. O seu presidente, Vitor Marques, diz que o milho contraceptivo, a aquisição de um falcão para fazer o controle destas aves, a contratação de uma empresa certificada para as apanhar e incinerar, ou o seu transporte para outros locais, são algumas das sugestões apresentadas.
O autarca destaca que o mais importante a ser feito é consciencializar as pessoas de que não devem alimentar os pombos na via pública pois assim eles irão procurar comida noutros locais e dispersam-se, atenuando a sobrepopulação em algumas zonas da cidade.
“Qualquer acção será ineficiente se as pessoas os continuarem a alimentar”, diz Vítor Marques, lembrando que há zonas na cidade onde as pessoas não conseguem abrir as janelas nem estender a roupa na rua.
Medidas previstas
– Proibição de alimentar os pombos
– Colocação de cartazes com informação
– Acções de sensibilização acerca dos perigos dos pombos para a saúde pública
– Incentivo à limpeza de algerozes e caleiras
– Construção de um pombal contraceptivo
– Captura de pombos nos locais mais afectados pela sobrepopulação
– Recurso a falcões para afugentar os pombos
– Desactivação dos repuxos nas horas de maior actividade das aves
– Colocação de espigões em locais de nidificação nos edifícios mais afectados