O porta-voz da comissão, Vitor Diniz, pede responsabilidades para o atraso da obra

A Comissão de Utentes Juntos pelo Nosso Hospital visitou, a 21 de Fevereiro, a obra de ampliação do serviço de Urgência do hospital caldense e diz estar “indignada” com o atraso nos trabalhos. Também a administração do CHO se mostra “muito preocupada”

O atraso nos trabalhos na obra das Urgências do Hospital das Caldas está a revoltar a Comissão de Utentes Juntos pelo Nosso Hospital. Até Setembro de 2019, os prazos estavam a ser cumpridos, mas foi pedido um adiamento, devido a “erros no cadastro e a substituição de uma viga e reforço de cálculos”, explica o porta-voz da comissão, Vitor Diniz, tendo por base informações do CHO. O responsável refere ainda que havia “várias instalações que não estavam cadastradas, como a deslocação de paredes, que obrigaram à revisão da arquitectura e o bastidor informático teve que ser mudado, devido à qualidade das fibras”. Já a Urgência Pediátrica ainda não está concluída devido a “vestígios de humidade, que impossibilitam a colocação do vinil no pavimento”. Durante a visita à obra, a comissão ficou a saber, pelo seu responsável, que esta nunca esteve parada e que está a elaborar um relatório para apresentar à administração do CHO, em que justifica os motivos dos atrasos e informa da data de previsão para a conclusão. Vitor Diniz quis saber “quem pagava o atraso de seis meses da obra” e foi-lhe dito que “seria suportado em parte com os lucros da empresa”, contou o responsável durante a conferência de imprensa, na passada segunda-feira.

EXIGIDAS RESPONSABILIDADES

A comissão exige que sejam “atribuídas responsabilidades”, porque, para além dos custos envolvidos, trata-se de uma obra de saúde, diz Vitor Diniz, que questiona o trabalho do projectista. O dirigente espera ter acesso ao relatório para depois decidir que medidas tomar.
Contactada pela Gazeta, a presidente do conselho de administração do CHO, Elsa Baião, confirmou estar à espera do relatório para saber prazos. E informou ainda que pretende pedir uma auditoria externa para apurar responsabilidades.
Elsa Baião mostra-se muito preocupada com o atraso, realçando que a “obra já devia de estar concluída, e que está a decorrer numa fase especialmente complicada, que é a do Inverno”. No próximo mês deverá abrir a Urgência Pediátria, cuja obra está em fase de conclusão. Orçada em 1,8 milhões de euros (1,5 financiados pela UE), a obra começou em Janeiro de 2018 e é feita pela empresa caldense Construções CLHD, Lda.