Psicólogo educacional defende que o modelo da escola actual não prepara os cidadãos de amanhã

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Para José Miguel Oliveira a escola de hoje tem grandes dificuldades em se adaptar

O psicólogo José Miguel Oliveira considera que “a escola actual não está preparada para lidar com as diferenças cognitivas e com os diferentes tipos de inteligência dos alunos”. Aquele psicólogo educacional esteve no Centro Paroquial das Caldas da Rainha, no passado dia 29 de Janeiro, para uma conversa com pais e educadores. Na sua opinião, a escola de hoje tem que tirar o enfoque do conhecimento e colocá-lo na formação do cidadão.
“A escola perdeu o protagonismo ligado à transmissão de conhecimento”, referiu o convidado. Os estudantes de hoje, “quando saírem do ensino vão ter profissões que ainda não foram inventadas”, afirmou o profisional, acrescentando que há dez anos ninguém adivinhava que os jovens de hoje iriam ser youtubers, influencers ou bloggers. “E a escola prepara alguém para ser isso? Quais são as competências que é preciso desenvolver?”, comentou o autor que considera essencial que os jovens possam pensar pela sua cabeça, contrariando o facto de haver muitos adolescentes com dificuldades em distinguir um facto de uma opinião. Há jovens para quem é dificil argumentar e defender um ponto de vista “e isso é algo que nos deve preocupar”, referiu o convidado afirmando que essas pessoas “ficam à mercê de ditaduras e de populismos”.
Nos dias de hoje, muitos alunos “olham para a escola como algo penoso” quando, na verdade, deveria ser um espaço onde se aprende a ser uma pessoa melhor. Para José Miguel Oliveira, a escola actual “foi um modelo que funcionou em tempos e que hoje revela grande inércia e dificuldades em adaptar-se aos novos tempos”. Este modelo actualmente apresenta-se “anacrónico” e “corre sérios riscos de se tornar falível”. A sessão foi participada por 80 pessoas que interagiram com o psicólogo educacional que veio às Caldas apresentar o livro “Nem bonsai nem trepadeira – OS 33 erros mais comuns dos pais”.
José Miguel Oliveira defendeu que o papel do educador deve ser o de ajudar os filhos a ser melhor todos os dias e defende o uso de técnicas que possam melhorar a educação entre pais e filhos. E salientou a necessidade de ter em conta o poder das palavras, que muitas vezes são causadoras de mal entendidos.