Falta de médicos condiciona escala na Urgência Pediátrica em Torres Vedras

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A Urgência Pediátrica de Torres Vedras do Centro Hospitalar do Oeste (CHO) esteve a funcionar, na semana passada, durante alguns dias sem pediatra. Face à falta de profissionais e à afluência que regista a unidade de Torres Vedras, a ministra da Saúde, Marta Temido, pondera uma solução mais definitiva, mas à Gazeta das Caldas, o Conselho de Administração do CHO disse continuar a “envidar todos os esforços para manter a resposta nos moldes actuais”.

A falta de pediatras para garantir a escala levou a que a Urgência Pediátrica de Torres Vedras estivesse alguns dias sem funcionar no início do ano. Em caso de necessidade os doentes teriam sido encaminhados para as Caldas da Rainha ou para outra unidade hospitalar mais indicada, esclarece o Conselho de Administração do CHO. Contudo, a situação continua por resolver.
A mesma entidade faz notar que a Urgência Pediátrica nunca encerrou, “não tendo ficado em nenhum momento em causa a reposta à população”, mas que o seu funcionamento esteve condicionado, por restrições na equipa. A pediatria de Torres Vedras conta apenas com três médicos no mapa de pessoal, dois dos quais com dispensa legal de serviço de urgência, o que tem gerado dificuldades no preenchimento da escala de urgência. Também não tem sido possível rentabilizar recursos médicos entre as unidades das Caldas e Torres Vedras, tendo em conta que os médicos das Caldas “cumprem a totalidade do respectivo horário no seu hospital, não havendo obrigatoriedade legal para prestar mais horas de serviço”, explica a presidente do Conselho de Administração do CHO, Elsa Baião.
A responsável reconhece que durante o mês de Janeiro poderá voltar a haver dificuldades no preenchimento da escala, tendo em conta que uma das médicas prestadoras de serviço está de férias. O Conselho de Administração tem tentado contratar médicos para a unidade de Torres Vedras, mas sem sucesso, por falta de profissionais disponíveis. “Foi ainda recentemente reforçado o valor à hora dos prestadores de serviço, numa tentativa de atrair e reter mais profissionais”, explica Elsa Baião.
Em entrevista à TSF e ao Diário de Notícias, quando questionada se o reencaminhamento de doentes para as Caldas da Rainha é para resolver ou é definitivo, a ministra da Saúde, Marta Temido admitiu que “a resposta estará sempre dependente do número de pediatras”. “A afluência que regista a unidade de Torres Vedras leva-nos a refletir sobre a solução mais definitiva”, disse.
À Gazeta das Caldas Elsa Baião assegurou que a administração continua a “envidar todos os esforços para manter a resposta nos moldes actuais”.
Entretanto, foi lançada na internet uma petição pela defesa da Pediatria do Hospital de Torres Vedras, que conta já com mais de quatro mil assinaturas.

Mais camas para acréscimo de internamentos

O  CHO lançou, no passado dia 2 de Janeiro, o anúncio de concurso urgente para aquisição de camas de retaguarda para fazer face a eventuais acréscimos de internamentos, tal como sucede com o pico da gripe. Estas camas destinam-se, de acordo com a administração do Centro Hospitalar, a utentes com alta clínica, que se mantêm internados, por motivo sociais ou outros. “Não se destinam a doentes que necessitam de cuidados agudos, que apenas são prestados em hospitais”, faz notar.
Desde a semana passada que os hospitais têm registado um aumento de afluência, devido aos casos de gripe, mas que os responsáveis consideram “normal nesta época do ano”.
O plano de contingência do CHO já está accionado desde o início desta semana, com a abertura de camas extra em vários serviços. Ao todo este prevê a existência de 33 camas extra, distribuídas entre Caldas da Rainha (12), Torres Vedras (16) e Peniche (5).