Construir uma comunidade LGBT fortalecida nas Caldas é um dos objetivos do movimento, que teve este domingo o seu primeiro momento agregador
“Todo o ano e todo o dia, morte à transfobia”, é -, é +, direitos iguais”, “LGBT não finja que não vê” e “A nossa luta é todo o dia, por segurança e autonomia” foram algumas das palavras de ordem entoadas ao longo da primeira Marcha do Orgulho LGBTQI+ que se realizou nas Caldas, na tarde do passado domingo (26 de junho). Durante mais de uma hora, mais de três centenas de ativistas percorreram várias ruas da cidade, desde o skate parque, para se concentrarem na Praça da Fruta, onde foi lido o manifesto do movimento Caldas em Marcha e tiveram lugar diversas intervenções, com exposição de causas e preocupações, alternado com momentos musicais.
“O que acabámos de fazer é histórico e acredito que vai crescer”, começou por dizer Gil Ubaldo, um dos elementos do movimento. De acordo com o jovem caldense, esta marcha do Orgulho pretendeu “contribuir para a luta que se faz localmente, construindo comunidade, para que as pessoas não se sintam isoladas e saibam que têm compreensão, apoio e uma “família” que não as larga”. O movimento quer começar a construir uma comunidade LGBT fortalecida nas Caldas, para fazer valer os seus direitos, nomeadamente no que respeita ao acesso a serviços de saúde que possam ajudar as pessoas trans nos seus processos de transição. Também lutam pelo combate à discriminação no acesso ao trabalho, saúde, educação e rendimento básico. “Muitas vezes é isso que está em causa: uma luta por condições básicas de vida que por vezes ainda nos são negadas por sermos como somos”, realçou o jovem ativista.
De acordo com Gil Ubaldo esta marcha pelas ruas das Caldas foi um “primeiro momento agregador” que agora terá continuidade, em breve com uma reunião e depois com a preparação, durante o ano, da próxima marcha, “para que seja maior e melhor”. O movimento quer “envolver todas as pessoas, criar ações durante o ano inteiro e tornar as Caldas um sítio que está em ação, que está a fervilhar com ideias e com luta”, concretizou.
Os ativistas do Movimento Caldas em Marcha pretendem também, em conjunto, construir um programa político e reivindicativo, que seja adequado às autoridades locais, mas também nacionais e associações LGBTI. ■