A obra para a nova sede da entidade está parada. Câmara está a negociar saída do empreiteiro e pretende abrir novo concurso público
O empreiteiro que ganhou o concurso para a construção do novo edifício do Teatro da Rainha “não tem condições para prosseguir com a obra por falta de pessoal”, revelou Joaquim Beato, o vice-presidente da Câmara das Caldas da Rainha, durante a 5ª edição do Colóquio “Teatro, Espaço Vazio e Democracia” que decorreu no sábado, 11 de dezembro, nas instalações do Teatro da Rainha. Segundo o autarca, que tem o pelouro das obras, a Câmara está “a analisar a solução, um entendimento com o empreiteiro para ele sair para depois ser lançado novo concurso”.
A construtora começou a obra há 30 meses e, neste momento, “não tem pessoal para trabalhar”, explicou Joaquim Beato, que referiu que “está a negociar a saída de quem não está interessado, por falta de condições, em prosseguir com esta obra”.
O vereador afirmou ainda que autarquia quer honrar os compromissos assumidos com o empreiteiro e também pediu ao arquiteto presente no colóquio, Nuno Ribeiro Lopes, para rever o projeto da obra, “pois há inclusivamente materiais que estavam previstos e que já estão descontinuados”.
Joaquim Beato disse ainda que gostaria de poder assistir a um espetáculo no novo edifício “no final do mandato” autárquico, reafirmando assim a vontade do novo executivo municipal prosseguir com a criação da nova sede, que fecharia a Praça da Universidade.
Presente na sessão também esteve a vereadora da Cultura, Conceição Henriques, que, coadjuvando a posição de Joaquim Beato, também contestou o arrastar do processo. “Não sei se 2 ou 3 milhões de euros por um edifício teatral é muito dinheiro, o que sei é que mais de meio milhão é muito dinheiro por um buraco”, disparou.
A autarca referiu-se ao dinheiro gasto até agora, pois foi encontrado no subsolo um areeiro que necessitou de uma grande intervenção de estacaria para poder suster a futura construção.
O edifício – apelidado de “caixa negra” – é da autoria do arquiteto Nuno Ribeiro Lopes e contemplará, entre outros, um espaço com 14 por 18 metros, um grande foyer, serviço de bilheteira, bar e uma zona administrativa. Incluirá, ainda, o aproveitamento da inclinação natural da barreira que fecha aquela praça para a construção de um auditório de ar livre.
A nova sede permitirá ao grupo de teatro residente apostar na vertente da formação teatral.
Após o colóquio houve ainda uma apresentação do espetáculo “O Discurso sobre o Filho-da-Puta”, de Alberto Pimenta. ■