
O restaurante pedagógico da Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste (EHTO) esteve completamente lotado no último almoço “Sabores do Oeste”, dedicado à tradição gastronómica das Caldas da Rainha, que teve lugar no dia 14 de Maio.
O projecto chegou ao fim após 12 semanas em que foram elaboradas ementas inspiradas nos sabores tradicionais dos 12 municípios do Oeste: Alcobaça, Alenquer, Arruda dos Vinhos, Bombarral, Cadaval, Caldas da Rainha, Lourinhã, Nazaré, Óbidos, Peniche, Sobral de Monte Agraço e Torres Vedras.
As estrelas do último menu foram os enchidos (que normalmente compõem o típico cozido à portuguesa, mas que foram apresentados em canapés), o robalo e as enguias da Lagoa, a codorniz do Landal, os beijinhos das Caldas e a maçã de São Gregório. Não ficaram de fora os legumes e frutos secos da Praça da Fruta que acompanharam o prato de carne.
Para Daniel Pinto, director da EHTO, encerrar “o ciclo dos almoços com Caldas da Rainha foi finalizar com a chave d’ouro”, acrescentando que o projecto exigiu dos alunos muita pesquisa sobre as tradições gastronómicas do Oeste e teve como objectivo “transformar pratos clássicos em iguarias mais modernas”.
Já o presidente da Câmara, Tinta Ferreira, realçou “o óptimo trabalho que a escola tem feito em dinamizar a hotelaria e a restauração da nossa região” e aproveitou para agradecer a “quem no concelho pesca o robalo e as enguias da Lagoa”. O autarca destacou ainda que 80 a 90 por cento dos vinhos da região de Lisboa são produzidos no Oeste.
Por falar em vinhos, quem também esteve presente no almoço foi o inglês Christopher Prince, responsável pela Vinhos Cortém, uma pequena produtora (cinco hectares) de vinhos biológicos, localizada na povoação com aquele nome da freguesia dos Vidais. A viver permanentemente em Portugal desde 2008, Christopher e a esposa Helga Wagner produzem anualmente cerca de 13.000 litros de vinho (18.000 garrafas) e enviam a maior parte das suas encomendas para o Reino Unido, Holanda, Alemanha e Suécia. As suas garrafas são personalizadas, uma vez que os rótulos são ilustrados por diversos artistas, num projecto que Christopher intitulou de “art wine”.
Após 12 semanas de trabalho com as turmas de 2º ano dos cursos “Técnicas de Cozinha e Pastelaria”, “Técnicas de Serviço de Restauração e Bebidas” e “Operações Turísticas e Hoteleiras”, o chefe Luís Tarenta fez “um balanço muito positivo do resultado final, embora não tenha sido cumprida – a cem por cento – a idéia original do projecto”. O objectivo inicial passava por convidar cozinheiras tradicionais dos vários municípios para que estas cozinhassem lado a lado com os alunos da escola. “Pela logística mais demorada e exigente não foi possível pôr a ideia em prática”, explicou o chefe responsável.
Todos as receitas dos pratos apresentados no “Sabores do Oeste” serão agora editadas em livro, que contará com o apoio da OesteCim.