Síndrome de Burnout (Desgaste Profissional)

0
2174
Notícias das Caldas
- publicidade -

Nas últimas décadas as sucessivas crises financeiras, défices orçamentais, diminuição de apoios sociais e o clima de insegurança induziram a um aumento das doenças psiquiátricas e da instabilidade emocional dos indivíduos, nomeadamente no âmbito do trabalho.
Segundo a OMS em 2020 a principal causa de incapacidade para o trabalho, serão as doenças psiquiátricas. Hoje, mais do que nunca, o stress representa uma ameaça séria para a saúde dos trabalhadores (National Institute for Occupational Safety and Health, USA).

Freudenberger define o Síndrome de Burnout como um estado de exaustão física e psíquica causada pela profissão. O síndrome do esgotamento (ou síndrome de burnout) foi descrito inicialmente na década de 1970, inicialmente em indivíduos cujos trabalhos envolvem a necessidade de cuidar de outras pessoas e em profissões de grande desgaste emocional: médicos, enfermeiros, professores, profissionais da área social.
Tem como resultados a exposição crónica a fatores de stress emocionais e interpessoais relacionados ao ambiente de trabalho, levando à sensação de exaustão e diminuição da recompensa pessoal ao nível profissional.
Frequentemente o indivíduo manifesta uma dedicação intensificada, com predominância da necessidade de fazer tudo sozinho, descaso com as necessidades pessoais (comer, dormir, sair com os amigos), isolamento, fuga dos conflitos e a única medida da auto-estima é o trabalho.
Manifesta igualmente mudanças evidentes de comportamento, depressão. Necessita trabalhar cada vez com mais intensidade, negligenciar as suas necessidades, sintomas físicos, intolerância para com os outros, sentimentos de auto-desvalorização, sensação de vazio, indiferença e ausência de esperança face ao futuro. Como consequência as capacidades cognitivas (memória, atenção, concentração e criatividade) diminuem, assim com o rendimento no trabalho.
Existem alguns fatores de risco nomeadamente indivíduos que têm traços de personalidade de ansiedade, de depressão, de obsessividade ou têm menos mecanismos de coping. É nestes indivíduos com menor resiliência que as patologias aparecem com maior frequência.
Diagnóstico:
Numa situação de burnout, o diagnóstico correto será estabelecido por um psiquiatra, capaz de distinguir as causas destas manifestações.
Tratamento e Fatores protetores:
Uma vez definido o diagnóstico, o tratamento poderá ser implementado visando a recuperação do indivíduo, através do uso de medicamentos, quando necessário, e medidas psicoterapêuticas.
Além desta terapêutica deverão ser adotadas medidas de reorganização do trabalho, bem como alguns fatores de proteção, tais como: passeios, hobbies, prática de desporto, manter uma vida social ativa junto de amigos e família.
Considera-se relevante e necessário encontrar um equilíbrio entre o trabalho e o lazer, entre a tensão e o relaxamento.
Patricia Oliveira
– Assistente SocialI
Contrato Local de Desenvolvimento Social: Município do Cadaval
Mestre em Serviço Social com especialização em Bullying

- publicidade -

- publicidade -