Os quatro partidos de esquerda que compõem a chamada geringonça, que governa o país, concordaram com o fim progressivo da utilização de animais selvagens no circo, uma ideia também defendida pelo PAN. No entanto, na hora de votar os projectos de lei, a 21 de Dezembro no Parlamento, as cinco propostas baixaram à especialidade para ser redigido um texto comum que deverá ser apresentado num prazo de dois meses. Quer isto dizer que não se acaba 2017 sem regulamentar a situação e que a proibição não entra em vigor antes de 2020.
Em vésperas de Natal, a 21 de Dezembro, esteve em discussão no parlamento o fim da utilização de animais selvagens no circo. Houve cinco propostas de lei nesse sentido: dos quatro partidos de esquerda – Partido Socialista, Bloco de Esquerda, Partido Comunista Português e Partido Ecologista Os Verdes – e outra do Partido das Pessoas Animais e Natureza.
Todos os partidos concordam que são necessários apoios à entrega voluntária dos animais, mas também uma ajuda financeira à reconversão dos profissionais e do próprio circo, explorando outras vertentes da arte circense.
O PCP é o único que no seu texto não fala em proibição, mas defende que o caminho é mesmo a redução dos animais nos espectáculos.
Entre as diferenças realça-se também o tempo de aplicação da lei. O PS diz que o período de transição deve ser de quatro anos, o Bloco defende que três são suficientes e o PAN e o PEV consideram que dois chegam.
Dos cinco projectos-lei que estiveram em discussão, o primeiro a ser entregue foi o do PAN, mas antes já o Bloco e Os Verdes tentaram levar esta ideia em frente.
Há, portanto, consenso em relação a esta questão. A maioria quer o fim progressivo da utilização de animais no circo. Mas, porque há sempre um mas, a lei não será já aprovada.
É que, na hora de votar os projectos de lei, não se votou. As cinco propostas baixaram à especialidade para ser redigido um texto comum, que deverá ser apresentado num prazo de dois meses.