Educar pelo exemplo… pelo bom exemplo!

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Teresa Serrenho Couch Vivencial
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Regressar às escolas em tempo de pandemia, dia de aniversário de uma das minhas filhas, reflexões e pensamentos levam-me a querer escrever sobre educar nos dias de hoje. Facilmente entro numa serie de contrassensos. Desde o tempo em que eu andei na escola a Geografia mudou, a História mudou, a Ciência mudou, a Tecnologia mudou, basicamente o mundo todo mudou! As escolas por onde a minha filha passou são basicamente as mesmas do que as minhas e estão tão pouco mudadas!!! Alguns dos seus professores também foram meus e ainda estão no ativo, por aqui afinal nem tanta coisa mudou! Mas ainda neste exercício de reflexão relembro-me que ainda sou do tempo em que existiam apenas dois canais de televisão a preto e branco, máquina fotográfica de rolo, do tempo onde os computadores, máquinas gigantes trabalhavam por códigos MS-DOS.
Ainda me lembro quando apareceram os leitores de vídeo, os bips, e já depois da minha adolescência, os primeiros telemóveis. A maior parte destes equipamentos as minhas filhas nunca viram trabalhar, porque o mundo mudou! Aos 41 anos questiono-me como as coisas mudam tanto e tão rápido!? Eu própria já mudei tanto, a vida é de facto uma mudança constante e embora eu me sinta a mesma pessoa fui mudando a cada dia, a cada experiência, é então legitimo utilizar a frase de Heraclito, “Nada é permanente, exceto a mudança”.
Existiram mudanças tão boas e às quais nos adaptamos tão facilmente e outras que permanecem imutáveis apesar de sabermos que é inevitável perpetuarmos essa não mudança. O que me leva a pensar se educamos para a mudança? Ou apenas educamos para a mudança, desde que esta nos traga benefícios e conforto. Quando mudar significa esforço, trabalho, desconforto ou perca de algumas regalias, ainda que seja pelo bem maior ou que estudos indiquem benefícios consequentes de mudanças, somos relutantes à mudança. Porque será? Será que afinal gostamos de viver num controlo total e absoluto onde sabemos exatamente prever o desfecho do nosso comportamento e das nossas ações? Será que não conseguimos ser suficientemente abertos à mudança, ao novo paradigma e ao facto de que cada dia ser único e cheio de experiências singulares em constante mudança?
O que estamos a transmitir aos nossos educandos quando educamos para uma teoria vazia que em bom rigor temos dificuldade em executar. Como se diz na gíria “faz aquilo que eu digo, não faças o que eu faço”. Temos de mudar, é preciso educar pelo exemplo, pelo BOM EXEMPLO!

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