A edição especial de aniversário Gazeta das Caldas saiu para as bancas a 1 de outubro e não deixou ninguém indiferente.
Ao longo de todo o dia, chegaram à redação inúmeras mensagens de congratulações pelos 95 anos de vida do mais antigo jornal do distrito de Leiria e avaliações muito positivas da edição dirigida pelo juiz-desembargador Carlos Querido, que teve grande repercussão.
Os assinantes e leitores que se deslocaram à Gazeta puderam celebrar o aniversário com a equipa e tiveram direito a uma fatia do bolo oferecido pelo Atelier do Doce, e que também mereceu rasgados elogios de quem o conseguiu provar.
“A Gazeta vive uma fase muito positiva de renovação e afirmação enquanto projeto”
Francisco Rebelo dos Santos
Ao final da tarde, a direção da Cooperativa Editorial Caldense reuniu a direção editorial e os trabalhadores do jornal para, em família, celebrarem o 95.º aniversário do jornal.
Para o diretor da Gazeta, José Luís Almeida Silva, a importância do jornal para as Caldas “é inquestionável”. “Para se fazer a história do concelho e da região tem de se ler as páginas da Gazeta e temos a obrigação de manter o projeto por muitos mais anos”, sublinhou o homem que dirige o jornal há 45 anos, deixando elogios aos trabalhadores.
Francisco Rebelo dos Santos, que assumiu a direção da cooperativa em março do ano passado, vaticinou um “futuro risonho” ao projeto. “A Gazeta vive, hoje, uma fase muito positiva de renovação e de afirmação enquanto projeto editorial. Temos muito trabalho pela frente, mas tenho total confiança na equipa para vencer os desafios que se colocam ao jornal”, declarou o dirigente no convívio.
Para o administrador Fernando Xavier, a Gazeta das Caldas tem “uma responsabilidade grande” pela frente: “Devemos ser capazes de prosseguir este caminho de valorização do projeto e, desse modo, garantir que a Gazeta se mantém por muitos mais anos”.
Mais projetos
Desde a passada semana que a Gazeta das Caldas passou a ser publicada às quintas-feiras. Esta foi a forma encontrada pela administração do jornal para minorar os problemas resultantes do deficiente serviço de distribuição postal por parte dos CTT e proteger os assinantes.
Contudo, há mais novidades para os leitores da Gazeta, que podem hoje conhecer o novo layout do jornal, desenhado por Rita Pereira, aluna que se formou na ESAD.
Também com esta edição, que terá uma distribuição alargada no próximo sábado em diversos pontos estratégicos da região, é publicada uma revista comemorativa do 95.º aniversário do jornal, na qual se passa em resenha a história da Gazeta.
Outra das mudanças tem que ver, tal como o leitor já terá reparado, com a adoção do Acordo Ortográfico. A Gazeta era um dos últimos “resistentes” da imprensa a utilizar a antiga grafia, mas, a partir de agora, adapta-se a uma realidade imposta pela lei e que, de resto, já é há muitos utilizada pelo Estado e na escola.
Entretanto, na próxima semana será lançada uma app da Gazeta, projeto inovador no contexto da imprensa regional e que poderá ser descarregada, gratuitamente, nas plataformas IOS e Android. Este é mais um passo no sentido de modernizar o jornal e prepará-lo para os desafios do futuro.
Além disso, no âmbito das comemorações dos 95 anos do jornal, a Gazeta, em conjunto com a Câmara Municipal das Caldas da Rainha, a União de Freguesias Nossa Senhora do Pópulo, São Gregório e Coto e o Centro Hospitalar do Oeste, inaugura, no próximo dia 22, um mural de homenagem ao mestre Ferreira da Silva. O desenho é da artista Filipa Morgado, que ainda produzirá serigrafias, que serão postas à venda dentro de algumas semanas.
Entrevista
Qual a responsabilidade de fazer o redesenho de um jornal histórico como a Gazeta?
Muito grande. E um orgulho. Sendo um semanário histórico implica tradição e memória. Considerei sempre este projecto como um trabalho de grupo, em que prevaleceu a opinião de quem trabalha na Gazeta todos os dias, que é quem melhor a conhece e, em todos os minutos torci para que o resultado do design novo agradasse não só à equipa do jornal como também a todos os leitores.
Em que se inspirou para apresentar o trabalho final?
Tentei identificar o que se faz de bom e recorri às experiências de trabalho na área editorial, onde tive a sorte de contactar com designers excecionais. Acredito que na arte, no design, o resultado está sempre ligado à experiência empírica de cada um, as vivências de trabalho acumuladas são inevitável e naturalmente a nossa inspiração. Espero que o resultado dê resposta a uma nova forma de ler jornais, diferente hoje do que era há 95 anos.
Ter estudado na ESAD deu-lhe uma responsabilidade acrescida para este redesenho?
Não só me deu responsabilidade como fez com que tivesse mais sentido colaborar com o projeto.