A SEAentia desenvolve no Porto de Pesca de Peniche um projeto pioneiro para produção comercial desta espécie
Peniche é uma referência no turismo de mar, mas a tradição da pesca permite ao concelho grandes pescarias. É o caso da start-up SEAentia (SEAentia-Food, Lda.), fundada em 2017 em Cantanhede, que escolheu o Porto de Peniche para desenvolver um projeto inovador para produzir corvina de elevada qualidade de forma sustentável ao combinar engenharia de vanguarda e investigação científica em aquacultura. A empresa será pioneira na produção de corvina, da incubadora ao tamanho comercial, de forma sustentável económica e ambientalmente.
A SEAentia tem como promotores os jovens investigadores João Rito e Nuno Leite, aos quais se juntaram Sónia Rito e o norte americano John Jones. Todos têm em comum o percurso académico, em áreas distintas, na Universidade de Coimbra. O projeto está em fase de desenvolvimento num pequeno armazém do porto de pesca penichense e o conceito inovador, cofinanciado por fundos comunitários, levou recentemente ao local o ministro do Mar, Ricardo Serrão Santos. O governante destacou à Gazeta “a importância que Peniche tem no âmbito da economia azul” e o facto de ter sido escolhida para acolher um dos polos do futuro ‘hub’ azul, de que “esta empresa é um claro exemplo pelo seu empreendedorismo”.
Segundo João Rito, “pretendemos ser uma referência internacional em aquacultura ao explorar novas espécies com elevado potencial de comercialização e de aceitação por parte do consumidor”. Para o empreendedor, “isto só será possível ao combinar novos métodos de cultura com tecnologia de vanguarda e conhecimento científico, contribuindo desta forma para o objetivo de alimentar a população mundial com produtos de elevada qualidade”.
A aposta na corvina radica no facto de ser uma espécie emergente em aquacultura caracterizada pelo seu tamanho elevado, teor de gordura reduzido e boa eficiência de processamento. Em Peniche estão sete tanques e equipamentos tecnológicos de ponta onde exemplares desta espécie têm vindo a ser criados e estudados com optimização da ração, permitindo reduzir o alimento desperdiçado e evitando a utilização de químicos. ■