COMISSÃO PARA A DEFESA DA LINHA DO OESTE

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Governo e CP insistem em afastar utentes da Linha do Oeste

Os horários dos comboios da Linha do Oeste que a CP se prepara para pôr em vigor a partir do próximo dia 5 de Agosto e a que o governo, através do Ministério do Planeamento e Infraestruturas, deu aval, irão contribuir decisivamente para que o número de passageiros neste eixo ferroviário diminua significativamente, porque são só para “turista ver” e porventura utilizar, se não se verificarem supressões por falta de composições.
Depois de uma primeira tentativa em Junho passado, de imediato repudiada por esta Comissão e pelos utentes, o Governo e a CP insistem em afastar passageiros da Linha do Oeste, com estes novos horários, com uma versão muito idêntica à anterior, em que os comboios interregionais, entre Caldas da Rainha e Coimbra, são totalmente suprimidos; em que as ligações a norte das Caldas da Rainha são particularmente afectadas, num e noutro sentido, para quem precisa do comboio para se deslocar para o emprego ou para estudar; em que os dois primeiros comboios, da parte da manhã, no sentido de Lisboa, passarão a ter um intervalo entre si de quase seis horas.
Numa nova versão de horários, a CP reduz o número de composições a diesel e a utilização das mesmas, encurtando o percurso feito, já que para norte, só irão até à estação da Amieira, onde os passageiros terão de fazer transbordo para outro comboio, em direcção a Coimbra ou em direcção às Caldas da Rainha, o tempo gasto na viagem aumentará mais de uma dezena de minutos, para além do incómodo de mais um transbordo.
As alterações dos horários que a CP quer impor, não irão evitar a supressão de ligações, porque continuará a existir falta de material circulante para compensar avarias e manutenções. O Governo e a CP, ao invés de tomarem medidas imediatas para repor o material circulante em falta, assegurando a viabilidade da Linha, com elevada procura por parte dos passageiros, “resolvem” o problema afastando os utentes que, serão obrigados a encontrar alternativas de transporte.
A Comissão Para a Defesa da Linha do Oeste considera:
que estes horários não servem os utentes, designadamente aqueles que trabalham ou estudam, ou têm compromissos pessoais que os levam a utilizar a Linha;
que estes horários não são parte da solução do problema da falta de material circulante a diesel na Linha do Oeste e noutros eixos ferroviários, mas são um novo problema que contribuirá para a sua desvalorização;
que os horários que a CP pretende pôr em vigor a partir do próximo dia 5 de Agosto, empurrarão muitos utentes para o transporte rodoviário colectivo de passageiros, com consequências negativas no plano económico, social e ambiental;
que só medidas urgentes de reforço do material circulante e horários adequados às necessidades dos utentes, poderão contribuir para a requalificação da Linha;
que o governo tem de dotar, com urgência, a CP e a EMEF dos meios financeiros e humanos necessários à aquisição de mais material circulante e à sua adequada manutenção em oficina, pondo cobro à contenção de despesas que afogam estas empresas públicas.
A Comissão Para a Defesa da Linha do Oeste, face a este novo facto, apela ao reforço da mobilização de utentes e de todos os que defendem a Linha do Oeste, para a participação na Concentração que se realiza no próximo dia 26 deste mês, pelas 11.00 horas, junto ao Ministério do Planeamento e Infraestruturas, em Lisboa.

A Comissão Pela Defesa da Linha do Oeste

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