José Luiz de Almeida Silva
O ano que agora se iniciou traz consigo expetativas globais muito incertas, que contrastam com as de há um século, quando a Gazeta das Caldas iniciava a sua caminhada, com um karma elevado no seu início face à situação do país. Os cem anos que se seguiram mostraram um caminho bastante difícil, seja originado pelas condições do contexto político e económico local, regional e nacional, situação que se foi agravando nos últimos anos fruto da própria evolução tecnológica, dos mercados e dos comportamentos sociais e culturais.
A imprensa escrita nacional, e nomeadamente a regional, está a viver esta situação difícil, em que algumas medidas apontadas pelo novo governo hoje em funções, provavelmente não serão suficientes para lhe dar a sustentabilidade e viabilidade desejada, obrigando a um esforço continuado de procura de receitas com novas ofertas no mercado.
Chegar aos cem anos e olhar para toda a história do jornal ao longo deste período, mostra uma resiliência, palavra recente, mas muito ilustrativa do fenómeno, que devia merecer uma atenção maior ao nível institucional. Contudo, é indesmentível que uma imprensa livre e independente não tem o reconhecimento suficiente alegadamente para apoios genuínos respeitando esses princípios. Mesmo assim estamos confiantes e esperamos dos nossos leitores a habitual fidelidade crítica.
Tentamos continuar a dar corpo ao primeiro editorial de há cem anos: “Não nos movem animosidades, não nos sacodem vaidosos desejos de grandeza. Estamos convencidos de que, com a nossa presença preenchemos uma lacuna; e assim saudamos os habitantes das Caldas e sua região, com o desejo de trabalho fecundo e progresso contínuo”.■