A Ciência e a Tecnologia foram chamadas, ao que se sabe, para resolver o problema do assoreamento e da sobrevivência da Lagoa de Óbidos, ocorrência natural que se tem repetido ao longo dos séculos e que a tem transformado, mesmo assim mantendo um aspeto de grande e renovada beleza.
Desde o final do verão que os trabalhos estão a decorrer com algum ritmo, apesar de uma certa incomodidade ou temor público, pelo facto das descargas nos lodos e areias no mar, levantarem as maiores dúvidas. Tal como no caso da pandemia, o assoreamento da Lagoa também reúne grande dose de incerteza, que neste caso está limitado a uma pequena região, mas que também reúne uma enorme quantidade de comentadores locais que dão os palpites mais díspares. Da mesma forma como hoje é aceite que os organismos oficiais tenham de manter o esclarecimento do público das decisões tomadas e das suas consequências a cada momento, também devia haver uma prática idêntica no caso da Lagoa (mesmo a anos luz de distância em importância).
Contudo, no nosso pequeno universo da Lagoa de Óbidos, que para os locais e visitantes tem uma importância também enorme, era boa norma os responsáveis pela obra e a própria APA, manterem pedagogicamente todos informados sobre o que se está a passar.
Provavelmente os cientistas e os técnicos que ali trabalham descreem das competências e das capacidades do paroquial observador do fenómeno natural que ali ocorre, apesar deste ter um papel importante no pagamento dos impostos.
Este foi o “conto de Natal” que nos pareceu oportuno contar, desejando a todos os leitores umas Festas Felizes e que o ano de 2022 lhes traga mais alegrias nas suas vidas e uma Lagoa revivificada como todos desejamos.