A Escola D. João II está que é um primor

0
798
- publicidade -

Inacreditável! Isto é caso de divulgação, seja nos jornais principais do país, seja nos canais de TV. Caso o problema da Escola D. João II não seja devidamente resolvido, é o que se terá de fazer. E digo já o porquê: eu, como encarregada de educação, venho aqui dizer que pensam em tudo menos na estabilidade dos alunos.

Onde se admite em pleno século XXI que em pleno Inverno a escola não tenha condições de abrigo para as crianças e que as mesmas estejam a ser diariamente abusadas psicologicamente pela instituição como se de castigo se tratasse, deixando os miúdos durante fortes chuvadas cá fora na rua à chuva e ao frio por não haver nem sequer um telheiro de abrigo para tantos alunos? Então se não têm condições de protecção, deixem os mesmos estarem na sala de aula ou nos corredores, não acham? Para que servem os blocos? Que são para vós as nossas crianças? Lixo? Vocês por acaso já não foram alunos? Gostariam que lhes tivessem feito o mesmo? Por acaso não são pais também ou avós?

- publicidade -

Gostaria que me dissessem quem se responsabiliza pela saúde dos alunos. A escola tem seguro de saúde para os alunos? Sim, porque não há nenhum dia que o meu educando não esteja constipado ou rouco. Sou obrigada a estar continuadamente a medicá-lo… Então a quem vou pedir responsabilidades de algo mais grave?

Como poderão centenas de alunos todos os dias estarem completamente encharcados? Se o problema da escola é falta de dinheiro, porque é que os burocratas da mesma não se juntam e chamam em reunião os pais dos alunos da escola em massa e fazem uma petição humildemente? Se calhar com a colaboração de todos, tudo se conseguia. Um dava um pincel, outro a telha, outro dinheiro, outro cimento, etc. Será que não pensam que todos juntos podem encontrar soluções? Porque há falta de um telheiro a instituição só mostra duas coisas: ou não quer saber do caso, ou não tem dinheiro, certo?

Então, como vamos resolver?

(…) Assim é impossível um aluno ter bons rendimentos escolares. (…) Será que os actuais alunos vão recordar estes tempos com saudades ou desprezo? Pensem bem no que aqui deixo mencionado e façam algo… Espero em breve ver resultados

Sara Gonçalves

NR – Gazeta das Caldas deu conhecimento desta carta à direcção da escola visada, tendo recebido a seguinte resposta:

Como Diretor do Agrupamento de Escolas D. João II em Caldas da Rainha, cumpre-me prestar alguns esclarecimentos acerca do conteúdo das cartas publicadas na rúbrica «Correio dos Leitores» do vosso Jornal.

Como é do conhecimento público, a Escola Básica dos 2.º e 3.º Ciclos D. João II foi sujeita a obras de recuperação, da responsabilidade da DRELVT, durante a vigência do anterior Conselho Executivo, tendo ficado por concretizar a 2.ª fase, relacionada com os arranjos dos espaços exteriores.

No sentido de tentar colmatar esta lacuna, a atual direção tem contactado, por diversas vezes, a DRELVT, não tendo até à data, conseguido obter uma resposta favorável, devido à conjuntura geral do país.

Assim, a fim de minimizar as carências relacionadas com os espaços exteriores, a Direção tem tomado várias medidas, aprovadas em Conselho Pedagógico, tais como a criação de diferentes espaços para a ocupação plena dos tempos escolares dos alunos, em pleno funcionamento, para onde são enviados os alunos, de acordo com a divisão estabelecida pelos conselhos de turma, a saber:

  • SE2 (sala de estudo para alunos do 2º Ciclo);
  • SE3 (sala de estudo para alunos do 3º Ciclo);
  • SAL (sala de actividades lúdicas) – Sala do Ginásio;
  • PMII (apoio direto a alunos na disciplina de Matemática) – Sala PAM;
  • CRB (centro de Recursos/Biblioteca);
  • Auditório – projecção de filmes.

Convém salientar que, no início do ano letivo, esta ocupação plena dos tempos escolares foi divulgada na página do Agrupamento e enviada a todos os Pais e/ou Encarregados de Educação.

Além disso, o pessoal docente e não docente tem orientações para permitir que os alunos permaneçam, sempre que chova, dentro dos átrios dos blocos e/ou nas próprias salas de aula. Os alunos dispõem também da Biblioteca, Gabinete de Informação e Apoio ao Aluno (GIAA) e do Bufete, mas muitos deles preferem andar a brincar à chuva.

Na interrupção das atividades letivas, durante os meses de verão, verificou-se a existência de entupimentos nos colectores da rede de drenagem de águas residuais domésticas e pluviais, tendo existido durante o inverno transato inundações, nos dias de grandes chuvadas, na zona do Polivalente e nalgumas salas de aulas. Para não se verificar o que já tinha acontecido em anos anteriores (inundações em épocas de chuva), decidiu-se substituir os colectores danificados referentes à rede de drenagem de águas residuais domésticas e pluviais, utilizando verbas do Orçamento de Compensação e Receita (receitas próprias).

Mais se informa que a Direção se encontra seriamente preocupada com este problema, estando a envidar esforços no sentido de encontrar, dentro do mais curto espaço de tempo, a melhor solução possível.

Reconheço e lamento profundamente a gravidade desta situação que, de todo, desejo ver ultrapassada para, assim, poder proporcionar melhores condições aos alunos, que constituem, sem qualquer dúvida, a primeira e última prioridade do Agrupamento pelo qual sou responsável.

Resta-me sublinhar o facto de estar sempre disponível para dialogar com os Encarregados de Educação e de, juntos, podermos encontrar ainda mais e melhores respostas conducentes ao bem-estar dos nossos alunos.

 Jorge Manuel

Martins Graça

Diretor do Agrupamento

- publicidade -