A filosofia do Liberalismo é o Niilismo

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Guilherme José
livreiro “malfeitor”

Várias críticas têm sido elaboradas em relação a pressuposições epistemológicas liberais.Podemos até mesmo afirmar que a disputa entre políticas Liberais e Antiliberais é uma das grandes lutas ideológicas do nosso tempo. No centro da questão, elaboram-se diversas problemáticas, com o intuito, em descredibilizar o Liberalismo, como: Qual o valor ético-político possível, ou não, de orientar a influência do indivíduo; o Direito Subjetivo como neutralização da justiça; a possível redução de tudo a um relativismo normativo individual, a fim de ver negada qualquer identidade normativa.São só alguns exemplos, entre muitos.
Em relação à questão Filosófica sobre a temática, no meu entender, qualquer Filosofia que predique efusivamente o Liberalismo, seja esse, progressista ou não, terá como consequência, mais ou menos, breve, o Niilismo. Até porque, sempre que a individualidade é radicalizada,o indivíduotorna-se numa mera abstração, não só por essa prática promover um desenraizamento, mas também, porque ele sentirá a necessidadede reagrupar-se e a tendência é que o faça de acordo com o pouco que lhe resta,neste caso, meras circunstâncias sociais, nas quais, busca, uma própria comunidade identificadora que o unifique, entenda-se, na qual, o mesmo encontre reconhecimento. Daí, todo o desenvolvimento que assistimos de determinadas comunidades que se sentem estigmatizadas, e procuram fazer disso um marcador social.
A destruição de qualquer identidade ou perspetiva comunitária, por um Liberalismo desenfreado, é apenas temporária, o que importa é a qualidade da identificação, aquilo que nos leva a que nos identifiquemos, pois isso conduzir-nos-á à obrigatoriedade e ao formalismo do dever, esse último, constituído tanto pela ação (praxis) quanto pelo discurso (logos), ou não seria o Homem um animal político (bíos politikós). A questão concentra-se, em que, essas mesmas representações comunitárias, maioritariamente orgânicas, de base niilista, espelham em boa parte interesses privados. Mas isso será matéria para uma outra crónica.
Parafinalizar,emnada nego a conceçãodevida individual,mas essa sempre que se encontra incorporada na sua totalidade num ideário liberal, tende, a aprisionar o indivíduo em instâncias narcísicas, onde o que lhe sobeja é idolatrar-se a si mesmo ao ponto de se tornar numa entidade individual desprendida, solipsista, escrava do próprio nada (nihil).■

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