José Luiz de Almeida Silva
Na passagem da Vuelta, assistimos a um fenómeno que nos fez recordar o que era o ciclismo e a Volta a Portugal há anos passados, em que o entusiamo com este desporto mobilizava o país e a população.
Por um lado, o fenómeno João Almeida toca os caldenses de uma forma especial, por ser natural daqui, por outro, pelos resultados que tem obtido nas provas internacionais chave (Itália, França e agora o que se espera na Vuelta), que têm empolgado o país, levando a tornar a prova do país irmão num acontecimento popular e de massas.
Apesar das televisões nacionais não terem encarado esta prova devidamente, provavelmente por razões de ordem concorrencial, pois mesmo a RTP tem dado curta cobertura, a população mobilizou-se havendo mesmo um fenómeno pouco comum nos tempos atuais em relação ao ciclismo.
Coube às televisões estrangeiras, como a Eurosport, fazer reportagens como se veem a nível das principais provas internacionais, mostrando simultaneamente a corrida e o país, apresentado de uma forma encantadora e que desperta a vontade de poder visitá-lo noutras oportunidades.
Não sabemos se todos aproveitaram da mesma maneira este momento, mas em alguns casos, para o público atento, as reportagens permitiram descobrir um Portugal interior e diferente, que certamente terá as suas consequências a prazo.
Existe um consenso nacional à roda do caldense e a-dos-franquense João Almeida, que, se a sorte não o trair, pela sua juventude, capacidade e ponderação, será no futuro uma figura indiscutível e incontroversa no panorama do ciclismo mundial, ultrapassando outros nomes que hoje apenas se mantêm na memória. Esperemos que o seu esforço seja merecido e recompensado.■