Maria Conceição Pereira
provedora da Misericórdia das Caldas da Rainha
O Turismo é, hoje em dia, um setor fundamental para o crescimento da economia, em Portugal.
De acordo com dados do Banco de Portugal, no final do ano de 2022, as receitas turísticas alcançaram 21,1 mil milhões de euros, um valor superior em 109,7% em relação a 2021 e 15,4% acima do registado em 2019.
A região do Oeste, também tem sentido este aumento de procura por nacionais e estrangeiros, registando-se a construção de novas unidades de alojamento, restauração qualificada e novos produtos turísticos.
Quando falamos de turismo no Oeste, não podemos deixar de lembrar António Carneiro, que recentemente nos deixou, e que foi, durante perto de três décadas, Presidente da Região de Turismo do Oeste.
Num recente debate, realizado no CCC, sobre a temática do turismo, um antigo Secretário de Estado – Adolfo Mesquita Nunes – disse não ser suficiente ter um produto turístico para oferecer. Salientou a importância da promoção/divulgação e a necessidade do trabalho em rede, entre os diversos Municípios.
Este esforço de promoção/divulgação em rede, a fim de se ganhar escala, sempre foi uma aposta de António Carneiro, enquanto responsável pela Região de Turismo do Oeste.
Procurou congregar Municípios, unir hoteleiros, restaurantes, artesões, empresas de turismo e outras afins, com deslocações a feiras e eventos a nível nacional e, internacional.
Com o produto sol e mar esgotado, procurou criar uma proposta diferente e estratégica para a região. Assim fez uma aposta séria no golfe, incentivando e apoiando a criação de resorts de excelência e protocolou a promoção deste destino com outras regiões, nomeadamente, com a Associação de Turismo de Lisboa.
Preocupou-se com a formação, pois previa, a necessidade fundamental, de profissionais competentes e devidamente habilitados. A Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste, localizada nas Caldas da Rainha e Óbidos, é um dos legados que nos deixou e, pelo qual muito lutou.
O fim da Região de Turismo do Oeste, foi um duro golpe para a região e para o projeto que António Carneiro tinha para a mesma, pois considerava que a integração na Região de Turismo do Centro, independentemente, da escala alcançada viria a enfraquecer esta região.
A possível criação de uma nova CCDR, que incluirá a CIMOeste, a Leziria e o Médio Tejo, abre portas para o surgimento de uma nova Região de Turismo.
Partiu, sonhando, como fez ao longo da sua vida, que esse projeto vai avançar e que a referida Região de Turismo seria mais consentânea com a RTO. ■