Mais uma vez, este ano, as Caldas da Rainha afirmam-se como a Cidade Natal. Para uma cidade que vive, em grande medida, do comércio e dos serviços, é importante termos a capacidade de trazer visitantes e de recolocarmos as Caldas novamente no mapa.
Foi um ano intenso, com vários eventos que atraíram milhares de pessoas. Da feira dos Frutos no parque D. Carlos I às Tasquinhas na Expoeste, passando pelo Caldas Anima e pelo Caldas Nice Jazz, foram muitos os momentos que nos fizeram sentir orgulho das Caldas.
Tivemos também a campanha para as autárquicas. Foi uma boa oportunidade de se discutirem diferentes visões para o concelho das Caldas da Rainha. A campanha decorreu de forma muito civilizada e num ambiente democrático do qual todos nos podemos orgulhar. Nas eleições, os caldenses aumentaram a confiança que já haviam depositado, quarto anos antes, no Presidente da Câmara e na sua equipa.
Foi também um ano em que Portugal sofreu muito com os fogos florestais. Duas tragédias em particular deixaram-nos convictos de que há muito por fazer nessa matéria. Também as Caldas foi atingida, em outubro, por esse flagelo. Resta-nos a certeza de que temos um fantástico grupo de bombeiros voluntários e de que podemos contar com eles.
À medida que o ano se encaminha para o seu fim, fomos ainda beneficiados com uma prestação enorme do Caldas Sport Club na Taça de Portugal. A juntar a outras equipas que levam longe o nome da nossa cidade em outras modalidades, também no desporto-rei fomos notícia. Mais do que a vitória sobre o Arouca, e independentemente do que acontecer frente à Académica de Coimbra, o que foi digno de registo foi a mobilização dos caldenses no apoio à sua equipa e a alegria com que contagiaram os jogadores. Pode ser um bom prenúncio do que pode voltar a ser o Caldas.
É no final dum ano assim que escrevo o meu último texto deste ciclo de crónicas. Foram quase três anos em que, ininterruptamente, seis caldenses escreveram, aos pares, de três em três semanas, os seus textos sobre a realidade política das Caldas e da região Oeste.
Pela oportunidade de expor as minhas ideias e, sobretudo, pela honra de poder partilhar este espaço com cinco ilustres cidadãos de corpo inteiro, agradeço à Gazeta das Caldas. Dedico a eles esta última crónica: a Lino Romão, o vizinho do lado, para que nunca deixe adormecer a sua cidadania ativa aconchegada pelo seu “cachecol do artista”; a Paula Carvalho, que substituiu José Nascimento, por nos fazer acreditar no “elogio da imperfeição”; a Jaime Neto, para que continue a manter o seu interesse “das Caldas ao Oeste”; a Rui Gonçalves, para que não deixe de procurar a resposta à sua pergunta “quo vadis…Caldas?”; e a José Carlos Faria, para que se mantenha, de “palavra em riste”, na defesa da cultura caldense.
Que venha 2018 com novos desafios e com novas vitórias para as Caldas. Que venham novos cronistas com novas ideias e contribuições para a discussão daquilo que nos une: a vontade de ajudar a melhorar a qualidade de vida dos que residem e trabalham nas Caldas e no Oeste.
Jorge Varela
jorge.varela@ipleiria.pt