Encerrado este ciclo eleitoral eis que começa o novo mandato autárquico. É altura de reflectir sobre resultados e sobre os próximos quatro anos de intervenção política. Quanto aos resultados é altura de felicitar o grande vendedor destas autárquicas nas Caldas da Rainha: o PSD. Ao contrário da tendência nacional de “pasokização”, que em Portugal, e no PSD, tem o seu sinónimo na “Coelhização” do partido, o PSD local subiu a votação e acrescentou mais um vereador à sua maioria absoluta. Há que sublinhar aqui, apesar de ser óbvio, que este vereador é ganho à direita. Da composição do anterior mandato sai um vereador do CDS para o PSD. Assim, para todos os derrotados, e fomos mesmo todos – tendo em conta o reforço da votação do PSD, o pior dos resultados foi reservado ao CDS. Ainda assim, ao manter a Junta de Freguesia de Santa Catarina, o CDS teve o seu prémio de consolação, com algum amargo de boca, pois se os eleitores que lhes deram a junta também votassem na mesma candidatura não teriam perdido o lugar que tinham na Câmara Municipal. É caso para dizer que o eleitorado catarinense do CDS mais depressa dá o seu voto a um empresário da pecuária, que a um arquitecto… ou dois.
À esquerda, apesar de alguns bons resultados relativos, o sentimento não pode deixar de ser de derrota. A começar pelo PS, que apesar de ter visto aumentada a sua votação não deixou de ficar com menos de metade dos votos do PSD e assim muitíssimo longe de uma vitória tão desejada, como tão pouco preparada. No flanco da CDU há a lamentar a perda pessoal do candidato, pelo falecimento do seu pai, em plena campanha eleitoral, o que certamente retira muita energia num momento em que é necessário andar na rua e fazer contactos pessoais. No entanto, a CDU acompanhou localmente a tendência nacional de descida nestas eleições e não deixará de fazer a necessária e tranquila reflexão sobre este facto. Mais do que um problema político, a CDU enfrenta sobretudo um problema demográfico, com zonas do país, e do concelho, com um notório envelhecimento da sua base eleitoral, que não deixa de se reflectir na composição das suas listas e subsequentemente nas dinâmicas de campanha.
No caso do Bloco, apesar dos bons resultados relativos, de subida generalizada em comparação com as eleições de 2013, não deixamos de ter alguns sentimentos contraditórios com estes resultados. Para nós o essencial seria retirar a maioria ao PSD e isso não aconteceu. Para isso seria preciso que o PSD não aumentasse a votação e que o CDS mantivesse o seu vereador, o que também não aconteceu. Nunca acreditámos que o PS pudesse vencer estas autárquicas, por uma razão simples e objectiva, assente apenas na aritmética: o PS teria de duplicar a sua votação, em relação a 2013. Apesar do bom contexto da política nacional que acabou por beneficiar significativamente o PS, duplicar a votação nas Caldas da Rainha nem teria chegado, visto que o PSD também teve mais votos. Por isso, a nossa perspectiva de alguma mudança, começaria por retirar essa maioria ao PSD.
Quanto aos bons resultados obtidos, destaca-se o regresso à Assembleia Municipal, com a eleição da Carla Jorge, que tem tido um papel relevante na luta pela integração dos trabalhadores precários nos quadros do estado, à frente dos subcontratados do Centro Hospitalar. Registamos também o regresso à Assembleia da União de Freguesias de Santo Onofre e Serra do Bouro, com a eleição do Orlando Pereira, e a eleição pela primeira vez para a Assembleia da União de Freguesias do Pópulo, Coto e S. Gregório, onde estará a Mafalda Pedreira. Em todos os órgãos daremos o nosso melhor e estamos ao dispor dos munícipes para os assuntos com que nos queiram interpelar.