Joaquim Sobreiro Duarte
Facilitador de Aprendizagens e Coach Carreiras Profissionais e Liderança
Escolher viver segundo os pilares do “Ocupa-te e Vive”
Vivemos numa era de constante exposição à vida dos outros — redes sociais, notícias, vitrines digitais do sucesso. Somos constantemente convidados a comparar: o corpo, o percurso profissional, as relações, os bens materiais. Mas até que ponto a comparação nos serve? E se, em vez de compararmo-nos, optássemos por inspirarmo-nos?
É aqui que entra o sistema “Ocupa-te e Vive”, com os seus cinco pilares transformadores: Observa-te, Liberta-te, Incorpora-te, Objetiva-te e Realiza-te.
Comparar: o caminho da estagnação
A comparação, quando feita de forma inconsciente ou constante, é um dos principais ladrões da autoestima. Olhamos para os outros com lentes distorcidas, esquecendo que aquilo que vemos é apenas uma parte — normalmente a mais polida — da história. Esta prática consome energia, paralisa decisões e alimenta crenças limitadoras como “não sou suficiente” ou “nunca vou chegar lá”.
Inspirar-se: o motor do crescimento
A inspiração, por outro lado, convida-nos a olhar para fora com admiração e, depois, voltar o olhar para dentro com intenção. Ser inspirado é reconhecer no outro possibilidades que também podem viver em nós. Não se trata de imitar, mas de permitir que o que vemos nos outros nos leve a agir em coerência com quem somos.
Aplicar os 5 pilares do “Ocupa-te e Vive”
1. Observa-te
Antes de olhar para fora, é essencial olhar para dentro. A auto-observação permite perceber quando a comparação se instala e que emoções ela desencadeia. Pergunta-te: Estou a admirar ou a julgar? Isto serve-me ou limita-me? Só com esta consciência é possível mudar o foco.
2. Liberta-te
Liberta-te das expectativas alheias, da pressão de corresponder a padrões externos. A comparação muitas vezes surge da tentativa de cumprir um “ideal” que nem é nosso. Libertares-te é dar permissão para ser quem se é, e viver com autenticidade.
3. Incorpora-te
Este pilar convida-te a voltar ao corpo, à presença, ao agora. Estar conectado contigo mesmo impede que fiques preso em narrativas mentais de insuficiência. Quando incorporamos quem somos, com os nossos ritmos, limites e dons, tornamo-nos mais íntegros — e menos vulneráveis à comparação.
4. Objetiva-te
Estabelece objetivos baseados na tua verdade, não nas metas dos outros. O que te move genuinamente? O que queres construir? A inspiração pode ajudar-te a traçar o caminho, mas os passos devem ser definidos por ti, com clareza e intenção.
5. Realiza-te
Realizar-se é viver alinhado com o teu propósito. Não é atingir um ponto final, mas estar em processo, em movimento. Aqui, a inspiração pode ser combustível, enquanto a comparação perde espaço. Realizar-te é ocupar o teu lugar no mundo — único, legítimo e insubstituível.
Do espelho ao farol
Que possamos trocar os espelhos da comparação por faróis de inspiração. Que o que vemos nos outros nos lembre da nossa capacidade de crescer, criar e viver com significado. E que os cinco pilares do “Ocupa-te e Vive” sejam bússolas para esse caminho de regresso a nós mesmos.
Nesta minha última crónica desta séria, agradeço a oportunidade e a confiança da Direção da Gazeta das Caldas, assim, como a paciência que os leitores tiveram comigo, agradeço também os inúmeros comentários que foi recebendo. Gratidão a todos de uma forma Simples Poderosa e muito Significativa!


































