De Braços Abertos – Citações

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“Vivemos actualmente uma situação particularmente difícil que exige de todos nós o nosso melhor e exige, como diria Churchill, mais do que isso, exige que façamos o que é necessário” afirmou recentemente o ministro de Estado e das Finanças Teixeira dos Santos, durante a apresentação de um estudo económico da OCDE. Ao ouvi-lo citar o famoso chefe do governo britânico, que corajosamente enfrentou a máquina de guerra nazi e defendeu a liberdade dos povos, senti um baque.

Teixeira dos Santos a citar Winston Churchill? Aquele que foi considerado o pior ministro das Finanças da União Europeia (inquérito Financial Times, 2008) a citar o assertivo, competente e heróico líder britânico? Quantas voltas terá este dado no túmulo quando foi citado pelo mais íntimo colaborador do pior primeiro-ministro de que há memória em Portugal (sondagem Gemeo/Ipam, 2009)?
As citações servem para ilustrar e enfatizar ideias que se pretende transmitir, aprimorando o estilo do texto ou do discurso. Também eu as uso, com regularidade. Mas, neste como noutros domínios da vida colectiva, importa respeitar princípios e regras de decoro, designadamente não utilizando afirmações descontextualizadas de pessoas credíveis e reputadas, para validar atitudes ou posições que nada têm a ver com aqueles. Ou, simplesmente, não citando personalidades com as quais não existem afinidades políticas, económicas ou sociais fundamentais. Caso contrário, também poderiam ser recordadas outras afirmações de Sir Winston Churchill, para salientar a divergência ideológica ou o comportamento reprovável dos actuais governantes, a saber:
– “Para construir, são precisos anos de trabalho difícil e lento. Para destruir, basta o acto impensado de um único dia.”
-“A verdade é invencível. A maldade pode atacá-la, a ignorância pode ridicularizá-la, mas ela vence por fim.”
-“O verdadeiro génio reside na capacidade de avaliar a informação duvidosa, especulativa ou contraditória.”
-“Um homem faz o que deve – apesar das consequências pessoais, dos obstáculos, dos perigos e das pressões – e essa é a base de toda a moralidade humana.”
-“Aqueles que podem ganhar uma guerra, raramente podem fazer uma boa paz, tal como aqueles que poderiam fazer uma boa paz, nunca ganhariam uma guerra.”
-“O socialismo é uma filosofia de falhanço, uma doutrina de ignorância e uma crença baseada na inveja; a sua virtude intrínseca é a distribuição igualitária da miséria.”
-“A crítica pode não ser agradável, mas é necessária. Ela cumpre a mesma função da dor no corpo humano, chamando a atenção para o doentio estado das coisas.”
Será que alguma destas citações ilustra o essencial da realidade política do Portugal contemporâneo? Termino com três dedicatórias:
-A todos aqueles que têm sabido resistir à desastrosa governação do país: “Eu posso estar bêbado, menina, mas ao amanhecer estarei sóbrio e a menina continuará feia.” (Churchill)
-A todos aqueles que sofrem com a desastrosa governação do país: “Atrás dos tempos vêm tempos, e outros tempos hão-de vir.” (Fausto)
-A mim próprio: “Sr. Churchill, se fosse meu marido, envenenava-lhe o chá”. Resposta de Churchill: “E se você fosse minha mulher, eu bebia-o.”

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