Editorial: Morreu um pouco a memória de Abril!

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José Luiz de Almeida Silva

Ausente do país por razões profissionais, fui surpreendido, nas redes sociais, pela morte “vítima de doença aguda” do Major General Adelino Matos Coelho, um dos protagonistas do 16 de Março e um dos homens mais fiéis a Abril e ao MFA.
Tinha estado com ele na homenagem do 49º aniversário do 16 de Março, junto ao antigo RI5, manifestando todo o seu entusiamo por tudo o que se passara e em que se viu envolvido. Esperava que a comemoração do 50º aniversário fosse rija.
De vez em quando telefonava-me com júbilo dizendo que o Presidente da República havia distinguido mais um militar do RI5 coma Ordem da Liberdade e dizia-me há poucos dias que deveriam ser distinguidos todos os oficiais do 16 de março. Neste penúltimo telefonema confessou-me que estava doente, com um problema que tinha sido detetado recentemente, mas reinava o otimismo que tudo se resolvesse.
Como constatei agora e de forma irreversível, afinal a doença foi mais forte que o seu querer, mas como conhecia há muitos anos Matos Coelho, desde que fomos colegas na Escola, então Industrial e Comercial, tinha nele a confiança dum homem de vontade férrea de construir um país livre, democrático e mais justo, tal como os mais genuínos da revolução do 25 de Abril.
Para mim era um símbolo, como outros que conheci então, razão pela qual a tristeza é muita. E como o sabia amigo da Gazeta das Caldas é este um momento muito triste para todos nós como para a sua família.
25 de Abril Sempre e 16 de Março um passo inesquecível da Revolução Portuguesa, Sempre Também! ■