Futuríveis ou a história futura da Linha do Oeste?

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José Luiz de Almeida Silva

Dizem os estrategos que futurível é um “facto portador de futuro” que, de uma insignificante possibilidade de êxito, se pode transformar numa tendência pesada, ou seja, num facto determinante do futuro e que pode provocar grandes transformações.
O deputado Telmo Faria, eleito pelo círculo de Leiria, propôs no Congresso Empresarial do Oeste, realizado há dias nas Caldas da Rainha, o que outros timidamente têm aventado ao longo dos tempos, a ligação da Linha do Oeste a Lisboa através de um novo troço por Loures. Esta ideia simples, por Loures (se houvesse una ligação de Metro a sério) ou por Sacavém segundo alguns especialistas, que envolvia um investimento numa nova linha de duas ou três dezenas de quilómetros, podia economizar no percurso por comboio até à capital mais de meia hora, o que lhe daria vantagem competitiva grande em relação ao trajeto por autocarro ou mesmo ao transporte individual em automóvel.
Fazer um investimento de mais de 200 milhões de euros na eletrificação nesta ligação ferroviária através de Meleças, na linha de Sintra, mostra a falta de visão e de oferta competitiva para que algo se transforme num objetivo a sério e que resolva mesmo o problema da acessibilidade do Oeste à capital.
A não ser que não se queira mesmo resolver um problema e oferecer uma alternativa a sério aos utilizadores, gastando dinheiro de Bruxelas burocraticamente e sem uma avaliação estratégica prévia a sério, com uma visão de futuro para os próximos 50 anos. Ou seja, algo que transforme mesmo a realidade e que incomode os interesses instalados!
Provavelmente os decisores não necessitam deste transporte nem de percorrer esta acessibilidade e tudo pode ficar na mesma, com uma redução de alguns minutos no percurso centenário nesta linha. ■

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