Estas belas aves amadas por uns, odiada por outros, as gaivotas são das espécies mais abundantes, devido a sua grande capacidade de adaptação, quer ao longo de toda a nossa costa, quer no arquipélago das Berlengas onde é considerada praga.
Anualmente o Instituto da Conservação da Natureza, (ICNF) realiza uma campanha de “cresta” dos ovos com o objetivo de controlar a natalidade de milhares destas aves. É apelidada por muita gente como “Ratos com Asas”. Devido às suas incursões para o interior do território, diversificando e adaptando a sua dieta ao ambiente em que se encontram, oportunista, por vezes com hábitos necrófagos e clepto-parasíticos nos mais variados locais como: lixeiras e aterros sanitários, campos agrícolas, etares e nas cidades próximas da faixa costeira, como é o caso da nossa cidade.
Já nidificam nos topos dos prédios da cidade e já é habitual vermos um pequeno bando delas, pela manhã, a banharem-se na Fonte Luminosa, da rotunda do bairro dos Arneiros.
Na rua onde moro é habitual a vizinhança alimentarem cães e gatos de rua, com pratinhos deixados com ração e arroz, claro que é um festim para elas.
Podem ocorrer em Portugal cerca de 19 espécies de gaivotas, algumas acidentalmente ou raras, nas suas passagens migradoras.
Consta que na doçaria tradicional de Peniche, os famosos pasteis Amigos de Peniche, Penichenses ou os Esses de Peniche, eram em tempos mais antigos, confecionados com os ovos das Gaivotas, que a população organizava para a recolha de ovos nas Berlengas, apontando para o facto que o abandono dessa tradição, foi uma das causas para o aumento da população de gaivotas naquelas ilhas.
O escritor Richard Bach tornou-as famosas no livro Fernão Capelo Gaivota, romance publicado originalmente nos Estados Unidos em 1970 com o título de “Jonathan Livingston Seagull, adaptado ao cinema em1973, filme de drama, dirigido por Hall Bartlett e em que o tema musical “BE” é interpretado pelo cantor Neil Diamond.
Ditado popular: Gaivotas em terra tempestade no mar.
Deram o mote a um dos mais bonitos fados cantados por Amália Rodrigues, intitulado Gaivotas do Tejo
E quem não se lembra daquela canção popularizada após 25 de de Abril, Uma gaivota voava, voava…
João Edgar
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