A 25 de julho de 2024, comemoram-se os 8 anos da colocação de um Prego Dourado na Ponta do Trovão, em Peniche.
Este Prego Dourado ou “Global Boundary Stratotype Section and Point” (GSSP) sinaliza formalmente o limite entre os Andares Pliensbachiano e Toarciano (Jurássico Inferior), na Ponta do Trovão, em Peniche.
O tempo geológico está dividido em Eras, Períodos, Épocas e Andares, com base em acontecimentos importante registados em todo o Planeta. Um desses acontecimentos, que define o final do Andar Pliensbaquiano e o início do Andar Toarciano, há exatamente 184.2 milhões de anos, está registado na Ponta do Trovão.
Dois anos antes da colocação do Prego Dourado na Ponta do Trovão, em dezembro de 2014, especialistas de todo o mundo consideraram que este local possui características geológicas únicas, que o levam a ser o melhor local a nível global para a sinalização da transição entre estes dois Andares da história do Planeta Terra. As rochas que se encontram abaixo do Prego Dourado são mais antigas, compactas e calcárias, com abundantes fósseis de belemnites, um animal extinto no final do Cretácico (tal como os dinossauros não-avianos) e parecido com os atuais chocos. Acima dessa marca, as rochas são mais recentes, mais argilosas e contêm pequenos fósseis de amonites (animal também já extinto e parente das lulas, polvos e chocos atuais) e de pequenos braquiópodes (parecidos com os bivalves, que vivem fixos ao fundo).
É possível observar as ruínas da Ermida de Nossa Senhora do Abalo, uma pequena capela do séc. XVI. Embora não haja registos escritos, crê-se que esta ermida tenha sido construída com o intuito de proteger uma rica escultura flamenga de madeira que teria dado à costa na sequência de um naufrágio. Esse retábulo representa o Cristo crucificado e sua Mãe, cujo rosto espelha o enorme abalo que sofreu. Pela sua posição próxima do mar, a ermida entrou em ruína no séc. XVIII, sendo abandonada na sequência da abolição das Ordens Religiosas em 1834. Muito próximo deste lugar, o Convento do Bom Jesus acolheu esse retábulo único no país e que hoje se encontra exposto na Galeria de Arte Sacra da Santa Casa da Misericórdia de Peniche.
No Geoparque Oeste existem diversas rotas que poderão ser feitas de carro por todos aqueles que visitam o nosso território.
Em mês de aniversário da colocação do Prego Dourado na Ponta do Trovão, destacamos a Rota – Geologia e Biodiversidade no Geoparque Oeste. Neste circuito, a geodiversidade e biodiversidade andam de mãos dadas, para mostrar aos nossos visitantes a importância e necessidade da geoconservação, mas também o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido ao longo dos anos ao nível da proteção da fauna e flora do território. Entre paisagens e espaços de interpretação conhecerá o património natural e o papel deste na qualidade de vida das populações.
Esta Rota tem a duração de dois dias. No primeiro dia poderá percorrer locais como: a Serra do Socorro, a Praia Azul, o Alto da Vela, Porto Dinheiro, Paimogo e a Consolação.
No segundo dia deixamos a sugestão de continuar o percurso e ir até à Papôa, Ponta do Trovão, Cabo Carvoeiro, Baleal, Salir e Real Fábrica do Gelo.
Poderá consultar estas e outras rotas em: www.visitgeoparqueoeste.com ■