Germano Silva nasceu em 1931 e não foi por acaso: para mim ele é o continuador de Raul Germano Brandão (1867-1930) como grande escritor do Porto.
As coisas são o que são e neste livro poderiam ter participado outros autores como por exemplo Ferreira Fernandes, Vergílio Alberto Vieira, Altino do Tojal ou Luís Alberto Ferreira. É tudo uma questão de circunstância e nada do que é humano é perfeito. Neste caso o difícil é escolher um depoimento porque todos são magníficos mas numa pequena nota de leitura resolvo apanhar um «caldinho» (com se dizia no jornalismo antigo) do texto da Dora Mota que define Germano Silva como «falso idoso», sintetiza o paradoxo do jornalismo («adoramos o nosso ofício tantas vezes nos fartando dele»)e avança para uma explicação das coisas nas palavras do próprio Germano: «O segredo é fazer disto um modo de vida e não um modo de morte». Este Germano para mim é um «homem para todas as estações» porque escreveu à mão, à máquina e no teclado do computador usando o telefone, o telex, o fax e o Email, este Germano é a soma da ternura, da admiração e do respeito que todos nós nos jornais temos por ele. Há que não ter medo do plural em certas ocasiões: não é todos os dias que se escreve sobre um grande Jornalista e grande Escritor que também é um Homem Honoris Causa.
(Editora: Associação de Jornalistas e Homens de Letras do Porto. Foto: J. Paulo Coutinho, Coordenação gráfica: Augusto Baptista)