A importância da intervenção social na Escola

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Gazeta das Caldas
Patrícia Oliveira

A intervenção social nas escolas, essencialmente a mediação sociopedagógica, é hoje uma função assumida como necessária, devendo ser desempenhada por vários profissionais da área das ciências sociais e humanas, atuando estes muitas vezes no âmbito da mediação escolar.
A inserção destes técnicos na escola acontece através do Programa Territórios Educativos de Intervenção Prioritária (TEIP), criado em 1996, constituindo uma decisão política de fortalecimento das políticas sociais.
A contratação destes profissionais foi considerada, como uma mais-valia nas equipas multidisciplinares pelas novas dinâmicas que trazem ao seio escolar e estratégias que implementam de aproximação entre as famílias e a escola.
Na minha conceção, é inexequível que os docentes atuem isoladamente junto das vulnerabilidades sociais e económicas. Não têm de o fazer, nem pela sua formação académica, nem por ausência de tempo, neste seguimento, parece-me imprescindível a participação e intervenção de técnicos da área social em contexto escolar, não só ao nível das respostas sociais que concretizam dentro do seio escolar, como também no reportar de situações às instâncias com poder de decisão.
A intervenção social na escola deve existir de forma a garantir o atendimento e acompanhamento social a alunos e famílias, apoio tutorial individualizado, sob diversos domínios: pessoal, social e académico.
Articular de perto com o Departamento de Educação Especial, intervindo com os alunos com NEE.
Imprescindível será também articular com entidades externas à escola, nomeadamente Segurança Social, CPCJ, Escola Segura, entre outros. Deverá garantir igualmente a relação com pessoal docente e família dos alunos.
No que respeita à relação escola/família, torna-se relevante ter em conta o que esperam dela, o papel que cada um tem nessa tarefa; da natureza mais ou menos estereotipada na categorização que fazem do outro. É necessário questionarmo-nos, sobre como é que ela se pode desenvolver, tornando-se um processo construtivo e evolutivo.
Os pais “devem ser chamados” à escola, não apenas para receber as notas dos filhos, estarem presentes em reuniões, ou para lhes ser comunicado alguma medida disciplinar. Deverão ser envolvidos em todo o processo educativo. Os Técnicos que atuam no âmbito da intervenção social e que pertencem às equipas multidisciplinares, devem assumir também este compromisso de envolver estes intervenientes  e promover esta articulação.
Porque a escola não se resume à sala de aula, nem é apenas um espaço de educação formal, a escola é hoje um local de convivência, de multiculturalidade, de negociação, de socialização, de inclusão, de (in)sucesso escolar, de diálogo, de emancipação e de conflitos (Estêvão, 2012).
É “um lugar” onde as relações interpessoais, se dão, onde as crianças e jovens crescem e evoluem, onde partilham os seus sonhos e onde projetam o futuro.

Patrícia Oliveira
Assistente Social: Programa Contrato Local de Desenvolvimento Social
Mestrado em Serviço Social com especialização em Bullying
Especializada em Intervenção em Crianças e Jovens em Risco e Aconselhamento Parental