João Frade
jurista
Estamos na altura das chamadas festas e feiras de Verão. Estas são não só um momento de união e de celebração das comunidades e das suas tradições, mas também uma forma de dinamizar as economias locais.
Num país em que o turismo é um motor fundamental do desenvolvimento económico, é importante ter eventos que promovam as cidades ou os concelhos, captando turistas, visitantes, investidores e eventualmente até novos residentes para o seu território.
Um pouco por todo o país as autarquias promovem iniciativas com estes objectivos. Perante esta competição é necessário apresentar eventos diferenciados, inovadores, com qualidade para conseguir captar estas massas.
É primordial por um lado saber promover o que já temos e que nos distingue dos restantes territórios, mas por outro temos também de saber criar novas iniciativas, de apresentar novos produtos, porque as pessoas procuram novas experiências, novas sensações. Não se podem apresentar sempre as mesmas estafadas propostas.
É ainda necessário dinamizar o nosso território de forma equilibrada e justa, sabendo divulgar o litoral e as suas praias, mas não esquecendo o interior dos concelhos. Além da beleza da natural destes territórios mais isolados, eles muitas vezes têm, por exemplo, também ofertas gastronómicas de grande qualidade, fruto do ambiente puro e natural em que os seus produtos são produzidos.
Será igualmente essencial que exista entendimento e colaboração com os privados, com as freguesias e com as suas associações. Não pode ser apenas o município a procurar desenvolver e promover estas iniciativas. Territórios e comunidades “saudáveis” têm associações vivas e dinâmicas.
O Festival da Codorniz no Landal é um bom exemplo de uma iniciativa que nasceu das forças vivas da freguesia, que a Câmara Municipal soube apoiar, que veio promover um território que não é do litoral e um produto novo, tendo-se tornado uma mais-valia para a freguesia e para o concelho.
Outro bom exemplo é o Festival Oeste Lusitano (popularmente conhecido como a Feira do Cavalo), que nasceu de uma iniciativa de uma associação (ACPSLO – Associação de Criadores do Cavalo Lusitano do Oeste), apoiado também pela Câmara e que veio recuperar sobretudo a tradição equestre em Caldas da Rainha, criando um evento diferenciador e atractivo.
Festivais e espectáculos apenas de música existem às centenas em Portugal, logo é importante realizar eventos diferentes e integrados com outras atracções, que sejam uma mais-valia e criem também dividendos para o território.
Posto isto é preciso repensar urgentemente a Feira do 15 de Agosto, as “Tasquinhas” e até a “Frutos”.
Mais do que nunca é preciso saber inovar. Fazer só o que já se fazia, gastando mais e com piores resultados não pode ser o caminho. ■