Sandra Santos
Professora
Numa das reflexões sobre necessidades de formação, surgiu o interesse em trabalhar o novo “Gigante”: a Inteligência Artificial (IA). O tema, que pode parecer distante da realidade de muitos, revelou-se surpreendentemente próximo do nosso quotidiano. Entre discussões sobre ética, automatização e o futuro da educação, uma questão ficou clara: já usamos IA nas nossas rotinas, mesmo sem darmos conta.
Sempre que pedimos ao Waze a melhor rota para evitar trânsito; quando usamos filtros de redes sociais ou recebemos sugestões de filmes na Netflix, estamos a interagir com inteligência artificial. Mas não fica por aqui: plataformas de email que tão comodamente completam frases por nós; assistentes virtuais que ajustam luzes e temperatura; anúncios que vemos online que parecem saber exatamente o que queremos ou que procuramos… tudo isto são algoritmos que analisam os nossos interesses.
Se bem utilizada, a IA pode ser uma ferramenta poderosa para otimizar o tempo e permitir que nos concentremos no que realmente importa. No trabalho, pode automatizar tarefas repetitivas, gerir agendas e organizar informações. No dia-a-dia, ajuda-nos a planear viagens, encontrar receitas baseadas no que temos no frigorífico ou até sugerir jogos e atividades para momentos de lazer em família.
Na educação, o medo de que a IA substitua os professores ignora o seu verdadeiro potencial. Ferramentas de correção automática e tutores virtuais não retiram qualidade ao ensino, podem complementá-lo, desde que bem orientado e validado criticamente pelos profissionais. O papel do professor continua a ser essencial: ensinar a pensar, questionar, interpretar e ENVOLVER.
A pergunta que se coloca não é se a IA fará parte da nossa vida – porque já faz –, mas sim como vamos escolher usá-la. Podemos vê-la como uma ameaça ou como uma aliada. Se soubermos aproveitá-la de forma consciente, crítica e equilibrada, talvez a grande revolução tecnológica do nosso tempo seja, afinal, uma oportunidade para valorizarmos ainda mais o que nos torna verdadeiramente humanos.