Nas últimas semanas o mundo atónito, tem assistido a um folhetim, palavra benévola que podemos caridosamente usar, em que, por iniciativa aparentemente de um “homem só”, diariamente se dá ao deleite de alterar a sua política de comércio externo, deixando todos em sobressalto, incluindo os próprios americanos e as suas empresas.
Depois a linguagem usada, que envergonha qualquer cidadão responsável, como que a maioria dos países roubam a América desde há muito em milhares de milhões, ou que, perante a imposição das taxas, todo o mundo amedrontado o procura para lhe “lamber o rabo”, mostrando o padrão a que todos desde janeiro parecemos estar condenados.
Nesta edição da GC, perante a crise anunciada, desta vez não resultante da imponderabilidade de uma pandemia sem cura existente, ou de uma guerra resultante da agressão de um país a outro, procura-se perceber junto de alguns responsáveis pelo tecido económico regional, as possíveis consequências desta tômbola no comércio mundial nunca antes experimentada e cujas consequências (para todos, incluindo os americanos) não tem explicação nem lógica racional.
Espera-se que as reações internas nos EUA (que estão a acontecer ainda nos bastidores), levem a que Trump possa entrar nos eixos, mas os prejuízos da incerteza e da loucura na decisão, já têm consequências imponderáveis, que os trabalhadores das empresas e os próprios empresários vão levar tempo a recuperar.
Dizia-se que os EUA gozavam de um sistema político “sábio” estabelecido pelos fundadores (de que o sistema eleitoral era também um paradigma e que falhou desta vez, como se vê), de poderes e contrapoderes, evitaria o espetáculo a que se está a assistir e que ninguém parece adivinhar como vai terminar. Não fossem as consequências até dava um bom programa humorístico…