Quase nove meses depois da chegada do vírus vislumbramos uma luz ténue ao fundo do túnel, com o anúncio de várias vacinas previstas para o início de 2021. Contudo algumas constatações podemos fazer:
Primeira: A Ciência, os Cientistas e o Sistema Científico e Tecnológico, aquele poder imaterial que muito descuram, apresentam resultados e propostas que poucos consideraram possíveis em tão pouco tempo.
Segunda: O SNS, no que a nós diz respeito, respondeu à altura, apesar de todas as contingências, minimizando os efeitos e resistindo às até agora duas ondas da pandemia, mostrando em comparação com outros países dito desenvolvidos, que afinal um sistema público é uma vantagem e uma mais valia para toda a população, especialmente para os mais vulneráveis.
Terceira: A União Europeia, que os Brexit e outras aves de mau agoiro haviam posto em causa e caricaturado, mostrou ao mundo como foi possível agir em consonância e solidariamente, do ponto de vista financeiro e da saúde pública, tornando o continente exemplar, apesar das hesitações iniciais.
Quarta: O Povo Português, apesar das diversas abordagens, por mais controversas ou contraditórias que tenham sido, demonstrou um sentido de responsabilidade e de coerência, que permitiu minimizar as consequência desta já muito longa crise sanitária, que custou vidas, recursos, estabilidade nos negócios e no emprego, numa situação que nunca alguém antes havia antecipado.
Ainda não é momento de fazermos o balanço deste duro período, que pôs à prova, tanta coisa e tanta gente, mas para já podemos avaliar favoravelmente como foi testada a resiliência deste país milenar, mas com fama de improvisador e pouco consistente nas decisões e estratégias.