Memórias I

0
442
- publicidade -

Rosa Machado
Técnica Superior de Biblioteca e Documentação

Agradeço o convite para escrever nesta coluna, o que para mim é uma novidade: falarei das minhas vivências e da Cidade.
No passado mês de Maio, completaram-se 50 anos sobre a minha mudança para as Caldas da Rainha.
Nascida e criada em Lisboa, com uma passagem por um colégio interno de freiras, nada o fazia prever, mas assim o quis o destino.
Em criança, era pouco dada a estudar (em casa de ferreiro, espeto de pau); e como não nasci rapaz (sou desse tempo) não fui empurrada quando reprovei, logo no 1º ano do Liceu. A secção de Letras do 5º ano, foi feita, estava eu no tal colégio de freiras (não o desejo a ninguém). Tinha explicadora lá, para continuar os estudos. A minha Mãe foi buscar-me, e fui fazer a prova oral ao Liceu Nacional de Oeiras, como aluna externa. Chegando à porta da sala, ela não quis entrar, não tendo eu percebido porquê. Quando chegou a minha vez, apresentei o BI à Presidente do Júri, que “disparou” com um “então não tem vergonha de ainda aqui estar ?” Fiquei toda tremeliques, lá fiz os exames e saí. Cá fora, muito chorosa, contei à minha Mãe o sucedido, e ela responde-me que não tinha entrado porque a referida senhora tinha sido aluna dela na Faculdade de Letras. Mas como no BI, eu não constava como filha incógnita, claro que estavam lá os nomes dos meus Pais. A senhora em questão era casada com um conhecido comentador (entre outros cargos) da História de Portugal, na RTP.
Em tempos, a minha progenitora levou-me a fazer um teste, no então Instituto de Orientação Profissional Maria Luísa Barbosa de Carvalho: a menina tinha jeito para línguas, para o contacto com o público…
Aqui, deixem-me contar uma anedota: quando a minha Mãe era professora na Faculdade de Letras, um dia levou os alunos ao referido Instituto, para fazerem o teste. E ela sem dizer quem era, também resolveu fazer o dito. Muito nova, bonita, passou facilmente por aluna. O resultado: tinha jeito para “piloto da barra” … Lá em casa, quando mais tarde, nós, filhos, viemos a saber do assunto, era sempre motivo de risada…
Finais dos anos 60, entrei para a Escola Hoteleira Alexandre d’Almeida, para frequentar o Curso de Recepção, e foi lá que conheci e me tornei amiga da Elsa Nogueira.
Já dá para perceber como começou o meu vínculo às Caldas da Rainha.
Por falar nisso: é sempre com muita tristeza que leio ou oiço, quando fazem referência a esta Cidade, usarem: “em, de, a” Caldas da Rainha…
Por favor: “ nas, das, às” Caldas da Rainha ! ■

- publicidade -