México 1970, mas Garrincha não estava lá

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As recentes manifestações populares contra o anunciado encerramento da Linha do Oeste ao trânsito de passageiros (ficando apenas com as mercadorias) motivaram dois artigos de opinião no jornal Gazeta das Caldas – edição de 25-11-2011.

Como antigo utente habitual da Linha do Oeste desde os seis aos vinte e dois anos e sempre no percurso Caldas – Lisboa, fiquei interessado. Os dois textos são assinados por Dina Paulo e Paulo Vaz. A primeira recorda os comboios de Lisboa, já os inter-cidades, pejados de «estudantes, magalas e gente crescida que por lá trabalhava». O segundo refere em memória «os mágicos Pelé e Garrincha no Mundial do México de 1970».

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Ora os jogadores brasileiros na final do Mundial de 1970 foram os seguintes: Félix, Carlos Alberto, Brito, Piazza e Everaldo; Clodoaldo e Gérson; Jairzinho, Tostão, Pelé e Rivelino. Os quatro golos contra a Itália foram marcados por Pelé, Gérson, Jairzinho e Carlos Alberto. Fizeram parte da convocatória os seguintes jogadores suplentes: Ado, Baldochi, Dario, Edú, Fontana, Joel, Leão, Lima, Marco António, Roberto e Zé Maria. Garrincha não estava lá porque deixou de jogar em 1966 no Mundial de triste memória para o Brasil. Depois de vencer a Bulgária mas ter perdido Pelé por lesão (uma entrada violenta de Voutzov), o Brasil perdeu com a Hungria e, no jogo contra Portugal, o treinador colocou a jogar oito novos elementos que nunca tinham jogado juntos. Mas o pior foi ter apostado num Pelé ainda não recuperado da lesão do jogo com a Bulgária. O «tudo ou nada» não resultou nem podia resultar. Alguns palermas ainda hoje escrevem que Morais lesionou Pelé em 19-7-1966 quando Pelé já estava lesionado desde 12-7-1966. Mas isso é outra história.

José do Carmo Francisco

NR – Gazeta das Caldas deu conhecimento desta carta ao autor do referido texto, Paulo Vaz, que nos fez chegar a seguinte mensagem:

“Tem razão e conhecimentos o caro Sr. José do Carmo Francisco quando diz que não vi aos meus 11 anos a dupla que nunca perdeu ao serviço da selecção brasileira, Pelé e Garrincha. O “Anjo das Pernas Tortas” só o vi a jogar no mesmo televisor nos meus sete anos. Não consigo falar de Garrincha sem me vir à memória a voz arrepiante da sua mulher Elza Soares. O futebol para mim é uma vivência, não é a minha vida”.

Paulo Vaz

 

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