O PSD vai a votos

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Daqui a pouco mais de uma semana o PSD vai a votos. É nestes momentos que se percebe que, sendo os partidos políticos essenciais para uma democracia saudável, também a democracia é essencial para os partidos. Ou seja, os partidos políticos têm de ter mecanismos de regeneração interna, de transparência e de meritocracia que permitam que os seus líderes sejam os melhores, pois são esses que se vão apresentar ao eleitorado para se candidatarem a gerir a coisa pública.
Numa altura em que é mais fácil cavalgar a onda anti-partidos, em que o que está na moda é dizer mal dos políticos e dizer, generalizando, que são todos uns corruptos e malandros, é importante que continue a existir quem não se importe de sacrificar um pouco a sua vida familiar e profissional para dar o seu tempo e a sua determinação a favor da comunidade. Melhor seria que todos aqueles que se entretêm a dizer mal dos partidos políticos, que são os mesmos que se consideram sempre mais sérios e mais honestos do que os outros, se predispusessem dar o seu contributo. Se os “mais sérios e mais honestos” não se quiserem envolver na vida pública, aí sim, estariam consciente e deliberadamente a deixar o palco para os menos capazes ou menos sérios.
Tanto a nível nacional, com Pedro Passos Coelho, como no plano local, nas Caldas da Rainha, com Hugo Oliveira, tudo indica que teremos os atuais dirigentes a recandidatarem-se à liderança dos respetivos órgãos do PSD nas eleições que decorrerão no final da próxima semana. É, no entanto, desejável que se apresentem outros candidatos. É bom que um partido político tenha esta disputa eleitoral interna, com contraditório, com debate de ideias, enfim, com uma aguerrida vontade de melhorar a vida das populações que serve.
É claro que, havendo disputa interna, pode haver sempre o risco de se passar uma imagem de divisão, que alguns teimam em confundir com fraqueza. Entre “irmãos”, as disputas são sempre mais viscerais. Como dizia, ironicamente, o grande estadista inglês Winston Chuchill, os adversários estão nos outros partidos políticos mas, inimigos, verdadeiros inimigos, esses estão dentro do próprio partido. Na verdade, como é bom de ver, a discussão de ideias não é sinónimo de fraqueza mas antes de força. Um partido sem discussão interna, sem ideias e projetos alternativos, afunda-se e cristaliza num marasmo político que é rapidamente ultrapassado pela realidade que está sempre a evoluir.
Muito por aqui se tem falado sobre a possibilidade de voltar a concorrer, nestas eleições internas do PSD, um antigo e carismático líder. Aqui e ali vão-se encontrando sinais de que uma candidatura do passado estará na forja e prepara o seu regresso triunfal. Parece que anda alguém a tentar assustar os atuais dirigentes com a possibilidade do regresso desse velho Presidente, que iria tirar o lugar aos mais novos que agora lideram o partido. Considero que todas as candidaturas, mais até do que bem recebidas, devem ser incentivadas. Sejam de antigos líderes, sejam de novas promessas, quanto maior for a disputa interna dentro do partido, mais garantias dá o PSD de que terá os melhores de entre si para levar por diante projetos de desenvolvimento para as populações. Quem está agora no poder, se tiver de consciência tranquila de que tudo tem feito em prol da população que serve, nada deve temer.
Por tudo isto, julgo que Passos Coelho não se deve sentir ameaçado por Cavaco Silva…

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