Obrigada Dona Madalena

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Esta é a crónica que mais alegria me está a dar escrever. E porquê?
Porque é sobre a vida de uma pessoa em que os valores cristãos e humanos, exaltados, vividos, revelam que vale a pena ser humilde, honesto, trabalhador, coerente, acolhedor, alegre.
Há cerca de 40 anos chegou à nossa cidade vinda de Coruche uma jovem. Pensou que se ficasse doente “iria para casa novamente”, já que não conhecia quase ninguém. Não voltou porque aqui encontrou “uma família”, um acolhimento fantástico que a fez sentir-se em casa.
A D. Madalena foi surpreendida no passado dia 9 no CCC ao som do Aleluia, magistralmente cantado pela Melanie, por uma sala cheia de amigos para lhe agradecerem o dom da sua vida entregue ao serviço público.
Foi de pé, em palmas e em lágrimas, não houve ninguém que não se tivesse emocionado, que vimos a cara surpresa da D. Madalena a espreitar à porta sem saber o que a esperava.
É inegável que o amor e a seriedade de uma vida têm como consequência, a unidade. Na sala estavam todos os quadrantes políticos, colegas de hoje e de sempre, familiares e amigos … todos, todos unidos para celebrar a beleza de uma pessoa. Foi tão bonito ver os sorrisos embargados de lágrimas, os abraços verdadeiros, as palavras de agradecimento pela excelência de uma vida profissional e pessoal.
A D. Madalena percorreu as mesas, agradecendo a todos e eram muitos. Maravilhoso como conseguiu particularizar a “palavrinha” que teve com cada um, como se fosse o único que estivesse ali. Demorou-se não se deixou apressar pelo jantar e muitos esperaram de pé de sorriso nos lábios testemunhando a delicadeza, a simplicidade, a educação, a eficiência e sobretudo a exigência com que a D. Madalena passou nas nossas vidas. É curioso porque a nossa índole leva-nos mais para uma crítica ou um “mas…”, contudo, não ouvi qualquer palavra amarga, só reconhecimento e gratidão.
A D. Madalena conquistou com a sua vida o respeito de todos. “Consegui manter-me sempre afastada das questões políticas”… é verdade! Independência que permitiu-lhe uma liberdade de movimentos reflectida na qualidade de trabalho.
Chegou para trabalhar na Junta das Caldas da Rainha, esteve na divisão desta em S. Onofre e Nossa Sra. do Pópulo, mas o “quebra-cabeças”, como disse, foi a União de Freguesias. Passou por muitos executivos e presidentes. No seu discurso de agradecimento lembrou a todos, em especial o Sr. Vasco Oliveira dizendo que quando recebeu o actual presidente, o Sr. Victor Marques, “passou de um pai para um filho”… que bonito esta familiaridade, dita de forma tão respeitosa!
Os colegas brindaram-na com um power point duma vida cheia. As palavras de agradecimento foram constantes: “Quero agradecer por cada segundo dispensado comigo, cada sorriso, cada bom dia e principalmente pelo conhecimento partilhado até conseguir os objectivos”
Pela primeira vez ouvi o Victor Marques a tratar a D. Madalena apenas por Madalena, quando fez o seu agradecimento final. O que me fez pensar que a dignidade intrínseca que esta senhora manifesta nos “obriga” de forma muito natural a tratá-la, mesmo em pensamento, por D. Madalena.
Impõe-se uma palavra de reconhecimento a quem contribuiu para que este jantar fosse possível… valeu bem a pena! O Concelho poderia estar em peso neste jantar, porque sem ela e sem a sua família… não seria a mesma coisa, e as homenagens mais belas fazem-se em vida!
Ouviu-se, novamente o Aleluia, cantado também pela D. Madalena e por todos. É tão bonito como a música, a humildade, a alegria, nos une num sorriso comum.
É neste sorriso emocionado que manifesto a minha gratidão… Obrigada, Dona Madalena!

Margarida Varela
margaridavarela@gmail.com

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