Os pavilhões do parque das Caldas e o jardim das artes no Imaginário

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Como leitor de ambos os jornais das Caldas da Rainha soube que, salvo erro, no passado dia 15 de Maio deste ano foi inaugurado o Jardim acima referido e que a sua visita só poderia vir a ser efectuada, grátis, passados dias e que o mesmo ficava às portas da Cidade em causa, sem deixar de informar o que de belo lá tinha sido feito.
Nascido e criado na cidade de Viana do Castelo até aos meus 20 anos, passei a ter residência permanente em Lisboa desde o ano de 1953 e, portanto, nada me liga à Cidade das Caldas, a qual passei a frequentar quase todos os dias desde o início da Primavera até fins do Verão em virtude de ter adquirido uma segunda habitação no concelho de Óbidos no ano 2000.


Frequento, por vezes, o Parque que acho belo. Porém arrepia-me ver o estado degradante dos maravilhosos pavilhões nele edificados. Desconheço quem são o ou os seus proprietários mas, sejam quais forem, acho um crime que no nosso país ninguém tome providências no sentido de que os mesmos passem a ter a beleza que devem ter tido quando foram construídos e suponho que fizeram parte das termas. No entanto, afigura-se-me que tais pavilhões poderão ser úteis para quaisquer outros fins, depois de devidamente reconstruídos.
As termas da Cidade das Caldas, segundo tenho lido, foram as primeiras existentes no mundo. Se assim é, e estando as mesmas inseridas num belo parque, que nas noites de Verão quase está despovoado, qual a razão das mesmas não serem devidamente exploradas que, tal como sucede, por exemplo em S. Pedro do Sul, onde num espaço muito mais pequeno e sem a beleza do parque atrás referido, consegue diariamente atrair milhares de pessoas todas as noites de Verão realizando os mais variados espectáculos musicais, cinema, bailes, etc.?
Quanto ao Jardim das Artes tenho contactado com algumas pessoas das Caldas e, na minha opinião, os jornais também têm uma certa culpa quando se referiram à inauguração do mesmo e não terem indicado exactamente o local onde tal jardim está localizado.Face a isso suponho que a maioria dos habitantes da cidade desconhecem a existência do mesmo. Contactei com uma pessoa para saber onde ficava o Imaginário e fui informado por ele por onde devia ir para localizar tal sítio ou localidade e só assim, seguindo pela estrada que vai para Rio Maior e Santarém, quase à saída das Caldas, encontrei uma pequena tabuleta a indicar a localização do Jardim em causa. Fiquei deveras surpreendido com aquilo que vi e que, na minha opinião, ainda há lá muito a fazer, mas o que já está feito é de uma a beleza, um sossego e um bom gosto nele aplicado que é digno de uma grande capital.
Hoje, no café, falei no assunto e as pessoas com quem falei desconhecem a existência do mesmo e até parece que ficavam confusas com a localização do mesmo. Será que o Turismo das Caldas ainda não passou a incluir na propaganda desta cidade a visita que, segundo o meu ponto de vista, devia ser devidamente publicitada no sentido de levar as pessoas a desfrutar daquela pequena maravilha?
Já fui várias vezes ao Jardim dos Loridos e não se pode comparar o incomparável. No entanto, não obstante a enorme dimensão do mesmo e as riquezas nele existentes é, quanto a mim um jardim que se vê com agrado e está visto. Pelo contrário, o Jardim das Artes, sendo muitíssimo mais pequeno e sem o deslumbramento do dos Loridos, tem tudo feito com arte, bom gosto e onde depois de ser visto apetece ficar e usufruir da sua beleza. Para mim, uma coisa muito mais importante que o poder económico que penso existir entre os respectivos proprietários é que um tem alma e o outro não. E essa não tem preço e é aí que está a diferença entre os jardins em causa.

João Silva