Foram várias as mensagens de reconhecimento que recebi, aquando do meu Pensatório sobre o estado da limpeza da nossa cidade. Umas com descrições e pedidos de intervenção, outras, mesmo, com fotos demonstrativas de algumas situações.
Hoje, à conversa com uma amiga fui novamente incentivada a abordar o assunto. Porém pensei fazê-lo numa outra perspectiva, porque nesta guerra não há vencedores, nem vencidos, todos ficamos a perder ou todos podemos ganhar.
Não há dúvida alguma… todos desejamos uma cidade mais limpa!
Impõe-se a pergunta: – Quem são os responsáveis?
– A Câmara? As Juntas de Freguesia? Os técnicos de limpeza?
– Todos! Todos nós somos responsáveis. A mudança de atitude deve começar sempre em cada um de nós, embora a identidade reguladora seja a Autarquia todos somos responsáveis enquanto beneficiários da boa sanidade pública.
A cidade é a casa comum, e se em nossas casas nos abstemos de deitar lixo para o chão e fazemos limpezas, por que razão não mantemos o mesmo zelo e cuidado com o espaço que é de todos?
É fácil imputar culpas, mas, considero mais produtivo se cada um se descobrir como parte da solução e se envolver pessoalmente e em grupo na procura da alteração de costumes, senão estaremos sempre a expor “sintomas” e “doenças”, sem percebermos que fazemos parte da resolução.
Sempre ouvi a minha mãe dizer: “Se queres que algo fique bem feito – Faz!”
Em criança lembro-me que quando ia para a loja do meu avô a primeira coisa que se fazia para iniciar um dia de trabalho era… varrer e lavar o passeio! Era algo simples mas que fazíamos com alegria com a vantagem de interagir com o vizinho… – Bom dia!
Continuo a fazê-lo e, não sou a única, muitas contribuem neste reconhecimento da cidade ser nossa. Se todos nos envolvermos fica mais fácil para o técnico de limpeza se disponibilizar para um serviço mais profundo.
Que testemunho daremos aos nossos filhos se nos limitarmos a fazer exigências sem nos envolvermos nas causas? Que mensagem passaremos se nos limitamos a esperar que outros façam o que também é da nossa responsabilidade?
Fiquei a pensar nisto: “Nós, as crianças, normalmente não fazemos aquilo que vocês nos mandam fazer. Fazemos o que vocês fazem”, São palavras da jovem sueca Greta que inspirou jovens por todo o planeta sobre a responsabilidade de cada um na construção de um mundo mais sustentável.
O que mais me interpelou ao estudar a cadeira de Doutrina Social foi a importância de fazer a denúncia, de reconhecer o erro, já que sem esse reconhecimento é de todo impossível partir para a resolução, para o crescimento pessoal e comunitário da sociedade. “Enfiar a cabeça na areia” é muito mais fácil e não nos aborrecemos com ninguém… o pior é que não se sai do mesmo sítio!
O concelho tem problemas com a limpeza, a autarquia não consegue dar resposta de qualidade por incompetência ou por falta de meios mas seria importante que cada um pudesse ajudar, em especial aqueles que inseridos em grupos deixam espalhados, pelas nossas estradas cartazes que nunca são retirados depois dos eventos passarem e que terminam a voar ou a encher valetas de papel e plástico altamente poluente.
A lei é para cumprir e nela o cidadão está obrigado a um bom desempenho cívico em ordem ao bem-comum… muito me admira que ainda tenhamos no nosso concelho cartazes e outdoors da última campanha política… Amigos das esquerdas, vamos lá a retirar os “cartazezinhos”, porque ser governo não nos dá impunidade, obriga-nos a um cumprimento mais zelozo!
Margarida Varela
margaridavarela13@gmail.com