Há já três semanas que este jornal publica os resultados de inquéritos referentes à opinião dos cidadãos sobre a situação no País, gostava de saber qual o critério utilizado na escolha dos inquiridos, já que não me parece serem os cidadãos questionados, uma amostra representativa das opiniões da maioria pessoas. Porquê? Pela simples razão de que, no painel escolhido, opinam apenas: advogados, bancários. deputados, empresários, candidatos, professores, enfim, a “nata” da sociedade caldense? Não deveriam também ser ouvidas as opiniões dos cidadãos anónimos, como por exemplo: desempregados, reformados, precários, prazo, e outros tantos em condições bem piores? Já há algum tempo que vinha sentindo uma mudança para pior, nos artigos que o v/ jornal publica e, depois de tirar a prova dos nove, cheguei à conclusão que, tudo aquilo por que este semanário sempre pugnou, principalmente a isenção, desapareceu completamente.
Carlos Gaspar
N.D. – Os inquéritos realizados não se destinavam a questionar um painel, mas leitores variados, cujo principal critério era a diversidade e o facto de nalguns casos serem membros de organizações representativos a nível político, social, empresarial e associativo da sociedade caldense e obidense. Também ouvimos pessoas anónimas que foram contactadas na rua sem qualquer preocupação de pertença a qualquer grupo concreto. Infelizmente houve pessoas, de grupos referidos pelo leitor, que não quiseram partilhar a respectiva opinião.
Pelas respostas, que foi o que mais nos interessou, os leitores concluíram que elas primaram pela diversidade, não correspondendo a nenhuma tendência específica. Nem era essa a nossa intenção.
Quisemos sentir o pulso da sociedade, não nos limitando, como outros fizeram, a reproduzir apenas as opiniões daqueles que se perpetuam nas páginas dos jornais, bem como nas ondas das rádios ou nos écrans das televisões.
Certamente que qualquer critério que fosse utilizado seria contestado por qualquer leitor, certamente com razão. Mas o mais fácil seria estarmos quietos. Também haverá alguns leitores que nunca ficarão satisfeitos com qualquer que seja o critério utilizado. Mas esta é a vida. E o leitor tem sempre o direito de nos questionar. É o preço de um jornal democrático e aberto.