Quo Vadis… Caldas? | Um ano animado e divertido

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Ao terminar 2016 e após cerca de mês e meio a dar luz à cidade, é na próxima semana que se apaga a iluminação de natal.
É hora de pensar no corso carnavalesco, que já anda a ser preparado há algum tempo.
Logo após, as energias do Município concentram-se nas festas do 15 de Maio, com o habitual concerto, festival do cavalo lusitano, etc…
Vem depois a chamada animação de verão, com as habituais festa branca, anos 80 e outras na Foz do Arelho e também em Salir do Porto, sem esquecer as tasquinhas na expoeste. Animação de verão, com um calendário que se prolonga de Julho a Setembro e que desde o ano passado, tem como cereja no topo do bolo, o festival de música no Parque D. Carlos.
Entretanto, por essa altura, já estará em marcha o programa de iluminação de Natal do próximo ano, que como se sabe, ilumina a cidade de novo a partir de Novembro. E assim se cumpre o ciclo anual.
Estas festividades e mais umas quantas que vão aparecendo pelo meio, são importantes para animar as pessoas, até porque nem só de pão vive o homem.
Mas este, podia ser um programa anual de atividades de qualquer concelho, do Minho ao Algarve. Não nos distingue em nada de qualquer outro.
Por outro lado, estamos perante um mero programa de animação, que absorve grande parte dos recursos financeiros do Município, sem que tenha nada a ver com alguma estratégia de desenvolvimento socioeconómico sustentável.
Porque se quisermos falar de desenvolvimento, falemos então daquilo que nos diferencia.
Durante o ano de 2016, terminou a 1ª fase de intervenção na lagoa, que a deixou ainda mais assoreada, do que antes da suposta ação de desassoreamento.
Sobre a prometida 2ª fase de intervenção, que vai sendo adiada, nada mais se soube.
Os cuidados de saúde prestados pelo Hospital das Caldas, baixam de qualidade de dia para dia e as obras de alargamento das urgências, prometidas pelo ministro da saúde há um ano, não só não existem, como são sempre adiadas.
A barragem de Alvorninha, vital para o desenvolvimento da agricultura, arrasta-se desde a sua construção, com problemas de isolamento, que impedem o seu potencial funcionamento.
Dirão alguns, que estas são questões da responsabilidade do governo central. Pois são, mas os autarcas eleitos têm tudo a ver, com tudo o que se relacione com a vida dos seus cidadãos.
A falta de visão, a inexistência de força política e reivindicativa junto do governo e organismos tutelares, o desleixo e a permissividade, não podem “ad eternum”, prejudicar o desenvolvimento do concelho e a qualidade de vida dos cidadãos.
O concurso para um projeto de requalificação da margem da lagoa, desde a avenida do mar até ao penedo furado, fundamental para o desenvolvimento turístico do concelho, tem vencedor definido há dois meses, mas continua sem ser adjudicado.
Que dizer do concurso para concessão dos Pavilhões do Parque, que se adia eternamente?
Ou que é feito do Hospital Termal, que há mais de três anos se sabia que ia ser concessionado ao Município e sobre o qual, só agora se anuncia que é para o ano (claro, ano de eleições) que se vai abrir com qualquer coisa, que nem se sabe bem o que é?
Matérias para as quais ficaram, do anterior mandato, mais de 5 milhões de euros destinados a este fim, dizem.
Ou que dizer, em matéria de Planeamento, do Plano de Pormenor do Centro Histórico e a revisão do PDM, que estão exatamente no ponto em que estavam há um ano.
Mas podemos falar da Zona Industrial, ainda pior que há um ano, pela degradação do tempo e o total desleixo deste executivo municipal.
Estas são questões da exclusiva responsabilidade da Câmara Municipal, mas quando não há visão estratégica e há desmazelo, pioramos de um ano para o outro.
Pode 2016 ter sido um ano divertido e animado, mas foi mais um ano perdido em desenvolvimento económico e social.

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