Rainha D. Leonor

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José Luiz de Almeida Silva
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José Luiz de Almeida Silva

A escolha do Papa Francisco em ser sepultado na Basílica de Santa Maria Maggiore, fora do fausto do Vaticano, expressando concretamente que “deve ser de terra, simples, sem decoração especial e com a única inscrição: ‘Franciscus’” e suportando ele as custas, fez-me recordar a decisão da Rainha D. Leonor, fundadora das Caldas da Rainha, também sobre a sua sepultura.

D. Leonor, que na época era um dos membros da Nobreza mais ricos quis ser sepultada no Convento da Madre de Deus, em Xabregas, onde residiu nos últimos anos da sua vida, em “campa rasa de fria e nua pedra, num lugar de passagem, para que todos a pisassem” e com inscrições simples que lembrassem modestamente quem ali jazia.

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Num tempo em que o luxo e a afirmação mediática e material fazem caminho, impressiona-nos tanto a atitude do Papa Francisco, como no seu tempo, onde a ostentação real era grande, a escolha da Rainha fundadora da nossa cidade.

Nesta edição da Gazeta das Caldas associamo-nos às iniciativas relacionadas com a comemoração do 5º centenário da morte de D. Leonor, tal como o fizemos repetidamente ao longo do século do jornal que se comemora no próximo dia 1 de Outubro, onde se poderão encontrar vários suplementos homenageando e lembrando a Rainha amiga dos pobres e dos desfavorecidos, tal como dos artistas, que criou o Hospital e a Cidade das Caldas.

A memória desta Rainha boa e exemplar devia merecer um maior reconhecimento pelos atuais responsáveis governamentais que querem traí-la insensatamente, levando para outra localização o Hospital que aqui deu origem à Urbe! Não se deve perdoar tanta ignorância, ajudando (naturalmente) a afirmação do setor privado que se prepara para se instalar na cidade aproveitando a oportunidade que lhe é oferecida de mão beijada. ■

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