A Semana do Zé Povinho – 13/01/2017

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teatro da rainhaO teatro deve chamar a atenção para a ascensão das forças populistas e xenófobas que está a decorrer actualmente no mundo. Quem o diz é o Teatro da Rainha para justificar a escolha de “Europa 39”, a próxima peça que a companhia residente das Caldas da Rainha vai levar à cena.
Com textos de Bertolt Brecht, “Europa 39 – Dansen, Quanto custa o ferro?, Rascunhos de 1939 e Mies & Meck” faz uma incursão na História da primeira metade do século XX, precisamente aos anos em que o nazismo crescia na Alemanha perante o olhar vagamente desinteressado dos países democráticos vizinhos que não se aperceberam a tempo dos perigos dos discursos xenófobos, populistas e racistas de Hitler.
Zé Povinho não considera que a História tenha uma direcção e um só sentido. Pelo contrário, a própria História comprova que esta, muitas vezes, se repete.
Por isso louva a decisão – comprometida  e não inocente – do Teatro do Rainha em, através da arte cénica, revisitar o que de errado se fez no passado para servir de lição para o presente e futuro.
Quando um presente tem demasiadas similitudes com um passado, convém não esquecê-lo. É que a Democracia e o respeitos pelos Direitos Humanos não são dados adquiridos. E o futuro desejado constrói-se a base deles.

Adalberto Campos Fernandes
Adalberto Campos Fernandes
Ana Harfouche
Ana Harfouche

Na sua provecta idade, Zé Povinho já viu este filme muitas vezes – um ministro fazer uma promessa e depois não a cumprir. Foi o que o fez o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, que em Março do ano passado veio às Caldas anunciar obras nas urgências do hospital, às quais regressaria nove meses depois para ver as novas instalações. Nove meses. O tempo de uma gestação que não se cumpriu. E que nem sequer teve início.

Mas tão grave quanto a promessa não cumprida, é o aligeirar de responsabilidades. Questionado sobre as razões do atraso nos concursos, o gabinete do senhor ministro remete a coisa para a administração do CHO. Está, portanto, tudo dito: a isto chama-se sacudir água do capote.
E o que se passa entretanto com a administração do CHO? A sua presidente, Dra. Ana Harfouche, faz ouvidos de mercador. Ignora os contactos e as perguntas. Simplesmente não responde.
Será que a ilustre gestora, paga pelos contribuintes portugueses, pensará que não tem explicações a dar aos caldenses, e à comunidade em geral, sobre o porquê dos atrasos nas obras de um dos hospitais que administra? O que raio se passará no Conselho de Administração do CHO? Que opacidade é esta?
Zé Povinho – que tem estado muito preocupado com a Saúde nas Caldas da Rainha e não vê luz ao fundo do túnel nas melhorias do hospital caldense –  lamenta que a actuação destes dois responsáveis (ministro e administradora) seja tão desconforme com os saudáveis princípios de governança e de gestão que, numa Democracia, se pretendem transparentes.

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