Fiquei desempregado e agora? Estou há 2 anos na mesma empresa o que vou fazer? Sinto-me desmotivado com o meu trabalho… Gostava de fazer alguma coisa diferente, mas não sei o que fazer? Tenho Pessoas na minha instituição que não sei como potenciar o seu talento….
Todas estas questões foram e são colocadas todos os dias, quer por trabalhadores e potenciais trabalhadores, quer pelas entidades empregadoras que pretendem cada vez mais rentabilizar o seu bem mais precioso: os seus Recursos Humanos.
A sociedade atual é indiscutivelmente caracterizada por incertezas, inseguranças e uma crescente mobilidade nas oportunidades de carreiras, pressões múltiplas para uma adaptação a ambientes inconstantes e competitivos e o aumento do trabalho precário, acabam por dificultar cada vez mais o comprometimento dos trabalhadores com os seus empregos. Concomitantemente apesar de ocorrer noutra direção, as organizações também se defrontam diariamente com um turbilhão variáveis que colocam em causa os seus recursos. Todos estes fatores fazem com que a gestão de carreira represente um papel relevante, oferecendo ferramentas e metodologias para um melhor planeamento individual de estruturação de desenvolvimento profissional e pessoal.
Neste sentido é importante termos em consideração que segundo diversos autores, o conceito de gestão de carreiras é constituído por dois aspetos indissociáveis: o planeamento de carreira – que engloba todo o processo de planeamento, ou seja, a auto-consciência do indivíduo, das oportunidades, escolhas, condicionamentos e consequências que se lhe deparam; a identificação dos seus objetivos de carreira e, da programação que faz do trabalho, educação e outras experiências para ter a ideia da direção para atingir um dado objetivo de carreira; e a gestão da carreira – que é no fundo o processo de preparação, implementação e monitorização do plano de carreira individual, ou em conjunto com o sistema de carreira da organização.
Num ambiente empresarial turbulento, como o que vivemos na atualidade, estes comportamentos individuais de gestão de carreira podem ter uma aplicação cada vez maior e essencial, tornando-se assim, necessário pôr em ação os recursos disponíveis no sentido de minimizar as incertezas vindas deste ambiente.
Importa assim ter em consideração que o planeamento eficaz de carreira preenche as necessidades tanto do indivíduo como da organização. Neste sentido, a gestão de carreiras surge também com o intuito das organizações alcançarem o equilíbrio entre as necessidades de carreira dos indivíduos com os seus objetivos estratégicos, com a adoção de práticas que visam o desenvolvimento da carreira do colaborador. Funcionando como um programa amplo e global, onde a empresa molda as características, competências, e formação dos seus colaboradores, de acordo com as suas necessidades presentes e futuras (fazendo um eficaz planeamento dos recursos humanos).
Concluímos assim que a resposta às diversas questões colocadas inicialmente podem ter a sua resposta na gestão de carreiras, onde se depreende que quer a nível individual, quer a nível organizacional, este tipo de prática torna-se, nos dias de hoje, numa grande mais-valia, pois traz uma consciência da noção do potencial de carreira que, efetivamente acaba por incentivar um casamento de interesses entre a organização e o indivíduo.
Andreia Mendes
HR Consultant
andreiamendes@humangext.com