No mundo actual, trabalhar para a comunidade benevolamente e como resposta a um apelo ou vocação, é uma situação cada vez menos usual, até porque os apelos aos frutos materiais é mais proveitoso para a maioria das pessoas.
Contudo, é por esta dádiva de muitos homens e mulheres, que seguem religiões ou professam princípios, que o mundo pode ser melhor e menos cruel, beneficiando disso todos aqueles que por razões de fortuna pessoal, de doença, de avançada idade, ou de conflitos bélicos, necessitam de apoio.
Não admira a muita emoção que foi vivida na despedida da Misericórdia das Caldas da Rainha das irmãs Conceição Olival, Maria Rosa Gil e Josefina Pinto, pertencentes à Companhia das Filhas da Caridade de S. Vicente de Paulo.
Apesar da provecta idade que têm, especialmente duas delas, não mostram resignação ou cansaço, estando preparadas ou motivadas para iniciarem uma nova missão onde forem colocadas pela sua congregação.
A falta de vocações e o número diminuto de freiras que professam têm reduzido as pessoas disponíveis para ajudar em organizações de caridade civis, que têm capacidade de recrutar meios humanos para servirem nos seus serviços sociais.
Outros locais mais carecidos poderão estar à espera destas missionárias, mas Zé Povinho queria testemunhar em nome dos caldenses, neste momento em que se comemora o Natal, o seu reconhecimento e legítima admiração para com estas mulheres de carne e osso, que são as irmãs Conceição Olival, Maria Rosa Gil e Josefina Pinto. Bem hajam!
Neste Natal Zé Povinho quer deixar uma mensagem abrangente e positiva em relação à sociedade que o rodeia, dando idêntico valor à solidariedade social e à capacidade de iniciativa e de realização empresarial.
Se louvou um conjunto de irmãs que de forma benévola se entregam ao apoio social, também não pode esquecer aqueles que de outra forma também contribuem para a sociedade com a criação de emprego e riqueza, que assim tornam a sociedade mais próspera e feliz.
Zé Povinho refere-se a dois exemplos que merecem o reconhecimento da sociedade.
Num lado está um jovem que fez um curso há cerca de 30 anos numa área hoje pouco atractiva e que depois de uma carreira profissional em várias empresas na região, iniciou alguns anos depois a sua actividade privada, dando hoje emprego a mais de uma dezenas de pessoas e produzindo equipamentos para todo o país da sua base em A-dos-Francos.
Trata-se de Paulo Maria, que com a sua companheira, assumiram a liderança de uma carpintaria, mas com uma oferta diferenciada que pode responder aos gostos e às tendências muitos específicas do mercado, tendo atravessado a crise e possuindo hoje instalações modelares em franco progresso. Trata-se da Carpifran – Móveis Paulo & Sérgio, Lda.
Em contraste, mas de igual forma inovador na forma de comercialização e marketing, outro empreendedor, este proveniente da Faculdade de Belas Artes de Lisboa, que regressou à sua aldeia de origem (Castanheira, no concelho de Alcobaça) a fim de ressuscitar o negócio do seu avô, para fabricar malas de junco, obedecendo às mais modernas tendências da moda internacional.
Nuno Henriques – que homenageou o seu avô no nome da empresa intitulando-a de Toino Abel – mostra como é possível no século XXI ter também um negócio tradicional com sucesso, tendo em conta as competências que colocou naquela recuperação.
São duas histórias com mérito e que merecem o reconhecimento de Zé Povinho porque mostram à sociedade em geral que as oportunidades existem e muitas vezes estão ao alcance de quem se dispuser a arriscar e a empenhar-se num trabalho concreto.