José Luiz de Almeida Silva
O país está em festa, as cidades, as vilas, as aldeias, uma grande parte delas, aproveita o Verão para organizar as suas festas, mais ou menos populares, para atrair gentes, atrair visitantes, atrair compradores.
Muitas destas festas servem de atrativo momentâneo para captar turistas nacionais e estrangeiros, produzir receitas extraordinárias, criar atratividade social e cultural, juntar pequenas, médias ou grandes multidões, enfim gerar notoriedade, produzir receitas, justificar emprego ou criar eventos para animação das gentes locais.
No nosso país, é um fenómeno crescente, multiplicando-se as iniciativas, especialmente no Verão, mas também em outras épocas do ano, coincidindo com comemorações religiosas, iniciativas culturais, desportivas ou outras, para dar festa ao povo, bem precisado.
Dir-se-á que tudo isto é preferível ao que se verifica noutras partes do mundo, em que a “festa” são anormalidades climáticas, bombardeamentos, atentados, violência nas ruas e nos subúrbios, invasões e ocupações, horror, destruição, morte.
O Mundo em 2024 é muito mais complicado que o antevíamos na passagem do milénio, em que havia melhores perspetivas, até pela conjugação de êxitos tecnológicos, culturais e ambientais.
Também ao nosso redor nos enchemos de iniciativas populares, mais ou menos sofisticadas, respondendo às procuras básicas da população que prefere soluções simples e baseadas em fórmulas de música e comida, o sempre renovado ingrediente para juntar o povo.
Chegará isto para diminuir a frustração global das gentes que ambicionam mais e mais? Talvez não. Fica esta dúvida? Devia ser um assunto a refletir no resto do ano se basta “pão e circo…” “Panem et circenses” como dizia o Imperador romano César… ■