Trivialidades lusas

0
438
Gazeta das Caldas
José Luís Almeida Silva

Portugal toma frequentemente as decisões estratégicas e de futuro, como trivialidades, não admirando depois que se assista a absurdos, como se repetirem os mesmos anúncios vinte anos depois.
Falo sobre a notícia da passada semana, no âmbito da definição do Programa Nacional de Investimentos 20/30, da retoma do projeto da alta velocidade entre Lisboa e Porto. Não discutindo a pertinência da decisão, apenas lamentando que tenha sido adiada ou abandonada tanto tempo, umas vezes por se quererem projetos mais vastos e incomportáveis, outras pela crença que o país não merece ou não tem recursos para tal.
Mas, para o Oeste, a proposta não o servindo diretamente, abrirá novos oportunidades, com o novo traçado do percurso de alta velocidade que cruzará a linha do Oeste na zona de Leiria, onde haverá aquela conexão entre Lisboa e Porto a alta velocidade.
Para um residente nas Caldas da Rainha, concretizando-se os investimentos previstos na eletrificação da linha do Oeste, poderá chegar-se rapidamente a Leiria para depois poder aceder ao norte do país e inclusivé à Galiza (futuramente à Europa). A sul será servido pela velhinha linha do Oeste renovada e com ligações mais rápidas, porque…
Porque a Linha do Oeste não mereceu a “revolução” no traçado, como aconteceu com a do norte, em que a chegada a Lisboa pudesse ser feita por Loures, evitando o congestionado e mais longo percurso da linha de Sintra.
Fazer Porto-Lisboa numa distância de cerca de 315 km em 1 hora e 15 minutos, e Caldas-Lisboa, menos de 1/3 da distância, em mais do que esse tempo, parece absurdo. Tudo isto em 2030 se…